ENDRIK

Finalmente uma cama decente pensei no momento em que me espojava em cima daquela cama enorme, a quanto tempo não sentia aquela paz, acabei adormecendo. Horas depois me desperto ao som de uma campainha, assustado como sempre, levantei rapidamente, olhei e vi que era Isabella, abri imediatamente a porta. Oi doutora, pode entrar.

Eu vim para tratar assuntos jurídicos, não posso me demorar. Respondeu Isabella entrando.

Desculpe os trajes é que não tenho roupas aqui, tenho apenas essas que você me levou no hospital. Justifiquei morrendo de vergonha de como a recebi.

Não vou demorar, vamos fazer o seguinte, que tal irmos jantar no restaurante do hotel assim podemos conversar um pouco enquanto jantamos. Falou Isabella me medindo dos pés à cabeça. Inicialmente fiquei apreensivo, afinal como vou sair desse jeito? O’Que vou vestir? Mas resolvi aceitar quando ela falou que dava um jeito de me ajudar com as roupas. E como não aceitar, afinal estava mortinho de fome e ainda não sei mexer com esse negócio de pedir comida no quarto. Combinamos às 20:00 horas, mas antes ela disse que ia chegar uma pessoa para me vestir e eu teria que experimentar as roupas que eles iam trazer. Era 17:00 horas quando ouvi a campainha tocar novamente eram eles, um homem já senhor e uma moça. Oi, o que é, o que vocês estão querendo? Perguntei desconfiado ainda na porta, nas ruas aprendi que não dava pra confiar em ninguém. Olá boa tarde senhor, meu nome é Jardel e essa é Melina, procuramos Sr Endrik, a madame Isabella nos incumbiu de ajudá-lo. Falou o homem com aparência distinta munido de três malas enormes. Sim sou eu respondo todo sem jeito, podem entrar! E assim se deu a transformação, quando olhei no espelho fiquei procurando onde estava o Endrik, mexeram em mim dos pés à cabeça. O Jardel meio receoso olhou para minha cara de assustado e logo perguntou o ‘que Sr Endrik não gostou do que fizemos? Não, pelo contrário, me amarrei nessa beca. Nesse momento todos sorriam e se foram deixando quase todas as roupas que trouxeram.. um tempo depois chegou Isabella, ela estava irradiante.

Esboçou um belo sorriso enquanto fazia uma brincadeira, desculpe sr acho que chamei na porta errada. Olhei para ela retribuindo o sorriso com outro erguendo um dos braços: então vamos doutora Isabella? Eu estava tão feliz, sentia que aquela loirinha era meu amuleto da sorte, tudo começou a dar certo depois que a encontrei.

Ao chegarmos até a mesa pela primeira vez eu me sentia alguém de verdade, ali conversamos sobre tudo, especialmente sobre minha vida. Isabella perguntou e eu resolvi abrir meu coração, tendo em vista que ela manteve sua palavra, me apoiando até aqui sem me deixar ir para a cadeia. Precisava desabafar minha história de vida com alguém, e esse alguém, com certeza seria uma pessoa da minha inteira confiança quem eu pudesse acreditar, e ela em tão pouco tempo me mostrou ser essa pessoa leal. Comecei contando desde o meu nascimento, falei sobre meus sonhos ocultos, falei sobre o ódio que sentia do meu pai antes de ler o diário que minha mãe deixou, baixei a guarda e contei tudo até o dia de hoje... Tirei uma verdadeira rocha de minhas costas. Quando terminei de contar, ela me surpreendeu com uma enxurrada de perguntas, respondi lógico, já que estávamos alí e ela estava aberta as meus desabafos não havia mais porque ter receios em satisfazer suas curiosidades. Mas quem acabou surpreso fui eu, ela me deixou boquiaberto com a maior naturalidade. Olhando em meus olhos me surpreendeu de um jeito que me fez perder o chão, tremendo igual criança, jamais poderia imaginar ouvir aquela informação a essa altura do campeonato, a emoção dominava cada extremidade do meu corpo, não sabia oque era sentir oque estava sentindo a muitos anos atrás, ouso a dizer que nunca senti com tamanha intensidade. No início até duvidei achei que era alguma piada, alguma espécie de brincadeira, mas depois vi em seus olhos que não era mentira, estava dizendo a verdade. Isabella mudou minha história quando disse que estava ali a pedido de meu pai, e como se não bastasse a loirinha ainda tinha um grau de parentesco comigo. Era bom demais para ser verdade, estava até com medo do turbilhão de sentimentos naquele instante, é até difícil lidar com tanta felicidade.

ENTRE O AMOR E O PRECONCEITO Onde histórias criam vida. Descubra agora