— Alicia! Alicia!
Ouço James chamar meu nome, mas eu não consigo responder. É como naqueles pesadelos onde você não consegue se mexer.
— O que aconteceu James? Que gritaria é essa?
Ouço passos na minha direção, e tudo fica preto novamente.
— Não, eu não preciso de ajuda. O carro já está chegando.
É a voz de James novamente. Sinto meus pés fora do chão. Tento chamar seu nome, mas tudo o que sai da minha boca é um suspiro.
— Acho que ela está acordando, não se preocupa. Alicia?
Demora alguns segundos, mas eu finalmente consigo abrir meus olhos. James está com os braços em volta de mim, me segurando no seu colo.
— James. — Minha voz finalmente sai.
— Ei, se acalma, tá bom. Você desmaiou, você lembra o que aconteceu? Sua mãe…
Eu o interrompo na hora, não quero ouvir as palavras novamente, o medo assola minha alma.
— Eu me lembro.
— Estou te levando ao hospital, o uber já está a caminho. Algo me disse que você não ia querer perder tempo, então chamei o uber e te trouxe aqui para baixo.
— Você está certo, obrigada pela ajuda.
— Não precisa agradecer Alicia.
— James — eu digo. — Você pode me colocar no chão, por favor.
Ele solta minhas pernas suavemente, e eu sinto o chão sob os meus pés de novo. As mãos de James continuam em mim, em volta da minha cintura, ele me apoia e evita que eu perca o equilíbrio. Minhas mãos estão nos seus braços, lágrimas que eu nem percebi que derramava molham minha face, escorrem e pingam no chão frio. Eu não costumo chorar na frente das pessoas, mas, não parece importar nesse momento.
Alguns segundos, minutos, eu já não sei mais, enfim, algum tempo passa e o uber chega, James abre a porta do carro para mim e eu entro, seguida por ele. Que confirma o destino com o motorista, enquanto segura forte minha mão na sua.
Desço do uber, e paro, na frente das portas duplas que dão entrada para o hospital, meu coração bate mais forte, minhas mãos estão tremendo, eu não sei se consigo fazer isso.
Felizmente, eu tenho James ali comigo, ele pega minha mão, e gentilmente me puxa até a recepção do hospital. E me dá coragem de fazer o que é preciso.
— Valéria Houstorm. — digo para a moça que começa a digitar com dedos ágeis no teclado do computador.
— Qual grau de parentesco?
— É minha mãe.
— Ok, vou chamar o doutor. Pode aguardar ali do lado, por gentileza.
Estou tremendo, enquanto aguardo é como se um filme passasse pela minha cabeça. Um milhão de pensamentos, a cabeça como um turbilhão. Parecem passar horas até que o médico chega, ainda que tenha passado apenas minutos.
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Rockstar - Um músico na minha vida
Romance[Concluido] 🥇Vencedora do concurso mistérios do Egito na categoria romance. O que fazer quando sua vida muda totalmente de rumo? Quando Alicia Houstorm precisa mudar de cidade após a separação dos pais sua vida muda por completo. Cidade nova, cas...