Capítulo 25

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Tudo vira uma grande confusão rápido demais, vejo James olhar para Noah e arregalar os olhos, enquanto Noah dispara outro soco em sua mandíbula. A plateia grita, e alguns pegam o celular para filmar a grande confusão que se segue.

É tudo um grande show de horrores, estou tremendo desde que o James começou a falar aqueles absurdos, estou sozinha e não sei o que fazer. Noah e James estão engalfinhados em uma luta corporal, James obviamente está perdendo, por mais que ele seja bom de briga, Noah também é bom, e ainda é visivelmente mais forte que James.

No momento que olho estão rolando e se socando, eu nem consigo olhar por muito tempo. Estou chocada demais para isso.

Não sinto dó de James, por mais que ele esteja apanhando já que Noah acerta 3 socos a cada um que ele acerta. Imagino que o fato dele estar visivelmente bêbado dificulte um pouco as coisas,  ele fez uma escolha quando começou a falar tudo o que falou em cima do palco, e eu sei que ele só esta colhendo os frutos do que ele plantou.

Mas, ainda assim, me sinto triste, triste pela amizade que eu achei que tinha e vi escorrer por entre meus dedos, eu cheguei a me interessar pelo James, cheguei a querer estar com ele, e cheguei a achar que realmente éramos amigos, mesmo depois de tudo o que ocorreu, mas nossa relação não existe mais, como posso ser amiga de alguém assim? Não sei nem mesmo se um dia serei capaz de olhar ele nos olhos novamente depois do que ele fez, não porque eu tenha medo ou vergonha dele,  mas sim porque sinto raiva, raiva pelo que ele fez e raiva por acreditar na nossa amizade.

Já passou algum tempo, e eu continuo ali, estática. As pessoas a minha volta estão gritando porrada, rindo e filmando. Ouço pessoas perguntando  quem seria a tal menina, e também vejo algumas pessoas olhando em minha direção e apontando. É quase um filme que se repete. Meus olhos ardem, mas não choro, não me permito chegar a esse ponto, só fico ali, até que sinto a mão no meu ombro.

— Ei, você está bem?

Eu olho para trás e vejo Max, com uma expressão apreensiva olhando para mim. Olho para os lados, mas ele está sozinho. Nem sinal do Bryan ou das meninas.

— Vem comigo, vamos deixar esses dois se matando e vamos tomar um ar, ok?! — Ele diz enquanto pega minha mão e puxa levemente.

Eu o sigo sem apresentar resistência, mas não digo nada, apenas o acompanho, para fora da multidão,  para a cozinha enquanto ele pega duas latas de alguma coisa e até um dos quartos no andar de cima, onde ele fecha a porta e senta na cama.

— Ninguém tá culpando, você. Imagino que esteja se perguntando isso, e, te garanto que absolutamente ninguém está culpando você

Eu não respondo nada apenas me sento ao seu lado, e ele me oferece uma das latas, que percebo ser de refrigerante, e eu a abro. Ainda sem dizer nada.

— Nossa, homens são nojentos as vezes. Eu tenho propriedade pra falar, ainda mais sendo um homem que gosta de homem.

Eu dou uma risadinha e olho para ele, que me abraça forte. É bom estar ali, abraçada com alguém que eu sei que é meu amigo de verdade. Que não vai sair falando um monte de merda, pelo menos eu acho que não.

Não consigo me conter e derramo cada lágrima que eu segurei, eu choro até não ter mais lágrimas para chorar. Abraçada ao meu amigo, permito-me ser fraca.

— Tá mais calma agora? Quer conversar sobre isso? Eu sei que o que aconteceu foi ridículo,  ninguém esperava por isso, mas ainda assim, peço desculpas, esse cara nem devia estar aqui.

— Tô sim... — Eu começo a responder mas sou interrompida por batidas fortes na porta.

— Vou ver quem é calma. — Max fala e se levanta, eu nem tinha percebido que ele tinha trancado a porta.

Rockstar - Um músico na minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora