Capítulo 43

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Vejo os olhos de Bryan começarem a brilhar e se encher de lágrimas que não são derramadas.

— Quem mais sabe? — Ele pergunta.

— Acho que só o Noah, mas, ele descobriu sozinho, não fui eu que contei.

— É o Noah é bom de descobrir essas coisas. De quanto tempo você está? — Ele pergunta, antes de parar e pensar por um momento. — Pera, sua mãe não sabe?

— Ainda não. Eu queria que você fosse o primeiro a saber. E, eu estou com 5 semanas.

— E a quanto tempo você sabe... Que eu vou ser pai.... Caramba, eu vou ser pai. Meu deus. — Bryan abre um sorriso de orelha a orelha, como se só agora sua ficha tivesse caído.

Ele não me dá tempo de responder, ele apenas me abraça apertado e me enche de beijos. A alegria que ele sente é palpável e isso me alivia de uma forma que mal consigo explicar.

— Eu descobri semana passada. Mas, não tive oportunidade pra te contar. Não queria contar isso por telefone, tinha que ser pessoalmente sabe...

— Sei, eu entendo... Ainda não acredito que eu vou ser pai. Meu deus, a gente precisa comemorar, a gente precisa contar para os meus pais, pros nossos amigos. Precisamos fazer uma festa.

— Bryan, calma. — Eu digo sorrindo, a felicidade dele me contagia.

— Não consigo ficar calmo Alicia, eu vou ser pai!! Espera, porra, e a sua escola? E a faculdade? E tudo?

A ansiedade do Bryan é tanta que consigo imaginar seus pensamentos em alga velocidade dentro de sua cabeça, rodando todos ao mesmo tempo sem que ele mal consiga focar em algum deles por tempo o suficiente.

— Eu já vou ter terminado a escola quando a criança nascer Bry. A faculdade, eu posso dar um jeito, ou esperar até a criança ficar um pouquinho mais velha. No mais, nós dois somos maiores de idade, e a gente se ama. Essa criança não foi planejada, mas, vamos amar como se fosse.

— Eu não quero que você atrase sua vida e seus sonhos Liz. Eu quero te ajudar e te apoiar. Eu vou estar com você,  eu cuido da criança quando você estiver na faculdade, ou pago uma babá pra ficar de olho enquanto eu estiver jogando. Não é sua obrigação desistir dos seus sonhos pra cuidar dela. Eu estou com você e vou fazer isso com você. Você não fez essa criança sozinha e não vai cuidar dela sozinha. Somos um casal e vamos agir como um.

— Eu amo você, obrigado por ser tão incrível. — Eu sorrio e me aconchego perto dele o abraçando com carinho enquanto ele discorre círculos em minhas costas.

— Eu também amo você, mas, não estou sendo incrível, estou apenas fazendo minha obrigação. Estávamos os dois na hora de fazer,  não é justo que na hora de criar eu deixe toda a responsabilidade para você.

— Mesmo assim, tem muitos que não fazem nem isso.

— Mas eu não sou como eles.

— Não,  você definitivamente não é.

Eu me aproximo dele e beijo sua boca suavemente. Eu me assustei muito quando descobri a gravidez, mas, nunca tive duvidas de que Bryan estaria do meu lado. Eu sei que ainda sou nova, mesmo que eu seja maior de idade, no momento em que descobri que estava grávida, o que eu poderia fazer?!

Ser mãe tão jovem, é uma grande responsabilidade e eu sei que vai ser duro, não sei se o melhor que eu posso oferecer a essa criança vai sempre ser o bastante, mas amor e cuidado, são coisas que eu nunca deixarei faltar, assim como minha mãe sempre esteve ao meu lado, me apoiando e me confortando, eu quero estar ao lado desse bebê, para que ele nunca duvide do amor que eu sinto por ele, ou por ela.

Eu sei que vai ser difícil, eu sei que teremos que abrir mão de muita coisa por esse filho muitas vezes, mas, ter uma família requer alguns sacrifícios as vezes. Requer que possamos nos desapegar de coisas que a gente gosta ou queira, em prol do bem coletivo. Ter uma família é muitas vezes deixar de pensar no eu, pra poder pensar num "nós" e eu estou disposta a fazer isso.

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As horas passam, eu e Bryan ficamos agarrados o tempo todo, é como se ele tivesse medo de que algo aconteça caso eu saia do lado dele, mas, não de um jeito sufocante e sim de um jeito protetor, isso faz sentido? Espero que faça por que é meio fofo. Ok, totalmente fofo.

Ele estava ansioso para contar pros seus pais da gravidez, mas, eu não quero fazer isso pelo telefone ou por vídeo chamada. Então combinamos de contar a todos no domingo, quando minha mãe já tiver chegado. Chamaremos nossos amigos e até pensamos em fazer uma festinha, dinheiro não vai ser um problema agora que meu namorado, vai ser um jogador de futebol famoso.

São muitas coisas boas acontecendo. Algumas vezes, eu tenho dúvidas de que isso tudo é de verdade, ou que eu não estou num sonho maravilhoso. Eu sei que nem tudo são flores, mas, definitivamente não tenho do que reclamar. Nem mesmo a Nina aprontando as dela consegue fazer minha felicidade murchar.

Não demora até que eu comece a ficar com sono, imagino que sejam os efeitos da gravidez, visto que, já faz umas duas semanas que mal faço algo além de dormir.

Bryan mesmo assim insiste para que eu coma algo antes de dormir. Então, ele vai e me prepara uma sopa. Nesse momento, depois de alguns anos de namoro, em que eu acredito que não tem como eu me apaixonar por mais alguma coisa em relação ao Bryan, isso muda. No momento em que provo a sopa que Bryan fez, eu pareço ir ao céu, ele usou somente os ingredientes que tinham na minha cozinha e mesmo assim ficou diferente de qualquer coisa que eu poderia ter feito, talvez seja a gravidez ou talvez seja o amor que estou sentindo que fez com que tudo tenha ficado ainda mais saboroso, claro, que talvez o Bryan seja apenas um excelente cozinheiro e essa possibilidade me deixa realmente muito animada. De qualquer forma o que importa é que comi dois pratos de sopa, o que já é muito mais do que eu comi a semana inteira.

— Essa é a melhor sopa que eu já comi na vida. — Eu digo pelo que deve ser a décima vez.

— Fico feliz por ouvir isso, apesar de achar que você está exagerando. — Bryan diz sorrindo.

Ele passa o tempo todo sorrindo, desde que ele descobriu da gravidez,  parece que sempre que eu olho para ele um sorriso está no seu rosto, o que é incrível na verdade, já que Bryan tem um sorriso lindo.

Logo depois do jantar, decidimos ir deitar, afinal, estou caindo de sono. Faço todos os preparativos para dormir, e, quando estou prestes a deitar o interfone toca.

— Alô. — Eu digo pro porteiro do outro lado da linha.

— Oi, dona Alicia, seu pai está aqui, ele tá pedindo para subir. Permito a entrada?

— Meu pai? Mas. Minha mãe foi atrás dele. — Eu respondo confusa.

— Ele disse que ela esqueceu documento importante e que ele precisou vir buscar enquanto ela ficou lá. Ele parece muito impaciente dona Alicia.

— Claro. Pode deixar ele subir então. — Eu digo, claro que meu pai está louco de impaciência.

Desligo o interfone e me viro para o Bryan.

— Meu pai está aqui. — Digo simplesmente e alcanço um moletom comprido para cobrir meu corpo com a camisola fina que visto sem sutiã.

Não dá tempo de Bryan responder antes do barulho na porta soar. Eu dou uma corridinha para abrir a porta logo, eu sei o quanto meu pai deve estar irritado do outro lado do batente.

Entretanto, no momento em que eu abro a porta eu congelo, minhas palmas começam a suar e fico sem fôlego. Não sei como não reconheci a voz no telefone, mas só de olhar pra ele, eu sei quem era no celular no outro dia.

Não é meu pai do outro lado.

Rockstar - Um músico na minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora