Capitulo 42

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Minha mãe arrumou a mala e se foi, e eu, fiquei em casa apreensiva em pensar nela naquela cidade novamente. Tanta coisa ruim aconteceu lá, a traição, a nova mulher, toda a história com o prefeito, queria que ela nunca precisasse voltar lá, assim como eu própria queria poder esquecer tudo em relação aquele inferno em forma de cidade.

Eu ligo para o Bryan para pedir que ele venha aqui pra casa, a companhia dele é algo que com certeza pode  me acalmar no momento, mas, ele não atende, o que acaba me deixando um pouco mais nervosa.

Uma parte de mim. A parte mais racional, sabe que o Bryan anda extremamente ocupado com sabe-se deus o que, e que isso não tem nada haver comigo. Todo o lance do mundo não girar a minha volta e tudo mais.

Mas outra parte de mim, aquela parte insegura que vive no fundo do meu coração, morre de medo de que ele esteja se afastando lentamente de mim por algum outro motivo obscuro. Por estar cansado de mim, ou sabe-se deus o que... Eu sei que esse é um medo irracional e totalmente sem fundamentos, mas isso não faz com que seja menos assustador.

Eu coloco um filme na televisão, um romance bem clichê e água com açúcar, para me distrair de todos os medos e apreensões que eu sinto no momento, tem coisa demais acontecendo, e eu preciso de algo pra me ajudar a respirar. Antes que eu perceba estou totalmente entretida com o filme, tão entretida que nem percebo o tempo passando, tão entretida que não vejo meu celular tocando uma, duas, três vezes.

Somente quando o filme acaba, mais de duas horas depois, é que vejo as ligações perdidas no telefone. Todas do Bryan, que mandou também um monte de mensagens perguntando se eu estava bem, se eu estava brava e por que não estava atendendo.

Eu ligo pra ele logo que leio a mensagem,  só para garantir a ele que está tudo bem. Bryan atende no segundo toque.

— Oi. — Eu digo assim que ele atende.

— Oi, tá tudo bem? Você não me atendeu, fiquei preocupado. — Ele pergunta tudo de uma vez, atropelando uma pergunta com a outra.

— Tá tudo bem sim. Só acabei me distraindo, estava vendo filme e meu celular estava no silencioso.

— Certo, entendi. Que bom que está tudo bem, eu já estava criando um milhão de teorias malucas sobre porque você não queria falar comigo.

— Seu bobo, eu sempre vou querer falar com você, sabe disso.

— Eu ando tão sem tempo pra você esses dias, que não sei, tenho medo que se canse de mim, de esperar eu ter tempo sabe. Mas, eu prometo que logo vamos mudar isso.

— Sabe que agora mesmo eu tive exatamente o mesmo pensamento? Que talvez você tivesse cansado de mim...

— Eu jamais vou me cansar de você. — Ele diz, cheio de certeza na voz.

— Eu sei disso, ou pelo menos, meu coração sabe disso, mas, eu tenho medo, assim como você, é algo Inconsciente e sem motivo, bem na verdade, tem um motivo, você é o motivo, você é a pessoa incrível. Não quero perder você, sei que está comigo, ainda que longe. Não tenho dúvidas do seu amor. Eu só tenho medo.

— Acho bom que não tenha duvidas, por que eu nunca em um milhão de anos deixaria você ou me cansaria. Você é a mulher da minha vida. Eu vou te amar até o fim da minha vida Alicia, eu posso te jurar isso.

— Não preciso que jure, apenas que permaneça comigo.

— Não tenha dúvidas que eu farei isso. Eu te amo.

— Eu também te amo.

— Eu tô com saudade.

— Vem me ver então.

— Acho que sua mãe não vai gostar se eu simplesmente for aí no meio da noite te ver. Mas amanhã é um novo dia, e eu vou ser todo seu.

— Minha mãe não está aqui, ela precisou ir viajar de última hora... Resolver os pepinos do meu pai. Foi por isso que eu te liguei mais cedo, pra te chamar para vir para cá. Na verdade eu prometi pra ela que não ficaria sozinha então se você não vier...

— Já tá pensando em outro pra por no meu lugar?

— Sim. Max o nome.

— Sei...Tô vendo que vou perder minha namorada pra um cara que já tem namorado.

— Bryan, para de ser bobo e vem logo me ver!

— Tô indo. Amo você. — Ele diz e desliga a ligação.

Algum tempo passa até que Bryan chega, eu faço algumas coisas importantes nesse meio tempo enquanto aguardo ele, como arrumar meu quarto e tomar outro banho.

No momento que o interfone toca, meu coração já começa a palpitar e parece prestes a sair pela minha boca. Eu autorizo que Bryan suba, estou tão nervosa que parece que não o vejo a mais de anos e não a apenas uma semana. É engraçado como a saudade funciona não é mesmo.

Bryan  bate em minha porta e eu praticamente corro para recebê-lo. Quando eu finalmente olho em seus lindos olhos, um sorriso se abre automaticamente em minha face.

— Oi, entra. — Eu digo, abrindo passagem para ele.

Ele entra e no momento que a porta se fecha atrás de mim suas mãos me puxam num abraço caloroso. Sua boca encosta na minha e é como se eu tivesse novamente provando do paraíso. Nosso beijo é doce, suave, como uma carícia em minha alma.

— Eu estava com tanta saudade. — Ele diz e me agarra novamente.

Bryan me pega em seu colo e me rodopia. Seu sorriso é tão genuíno que é como se ele brilhasse, essa energia, essa alegria é algo que contagia, logo estou dando gargalhadas, enquanto estamos abraçados, jogados, perdidos um no outro.

— Eu tenho uma coisa importante pra contar pra você.  — Ele diz, faz um carinho no meu nariz e sorri novamente, posso ver que ele não se aguenta de tanta felicidade.

— Espero que seja algo bom, também tenho uma coisa pra te contar.

— Conta você primeiro então.

— Não. Pode tratar de contar você primeiro.

— Eu consegui Lis, eu arrumei o emprego do meus sonhos. Eu tô a tanto tempo louco pra te contar isso. Meu deus.

— Espera, que... Como assim?

— Eu e o Noah, a gente fez teste para um time, um time grande, série A, um dos maiores times. Eu não podia contar antes e isso estava me deixando agoniado, porque, eu não quero nunca esconder coisas de você. Mas finalmente o contrato foi assinado.

— Você tá brincando? — Eu questiono, minha voz soa como um gritinho.

— Não,  eu juro pra você. Amor, eu nunca vi tantos zeros juntos na minha vida. Eu vou poder te dar o mundo agora, entende isso. Vou poder comprar o qie você quiser, vamos comprar um jatinho, vou pagar sua faculdade e te encher de presentes. Porra, eu tô tão feliz.

— Ei. Dom Juan, vai com calma aí. Talvez seja bom não esbanjar todo esse dinheiro assim.

— Não não vou esbanjar TODO o dinheiro, claro que eu vou fazer um pé de meia e...

— Bryan. — Eu interrompo.

— Oi. — Eu diz e me olha nos olhos, seus olhos ainda brilham fantasiosos, como o dr uma criança em um parque de diversões. Espero que esse brilho nunca se apague, principalmente não quando eu contar o que preciso contar.

— Vamos ter muitos gastos e despesas, médico, alimentação, escola, juntar dinheiro para a faculdade...

— Do que você está falando Alicia?

— Do nosso filho.

— Que filho Lis? — Bryan pergunta, a voz apenas um fiapo, os olhos completamente marejados.

— O filho que estou esperando Bryan.

— Você...

— Eu estou grávida Bryan,  estou esperando um filho seu. — Eu digo as palavras que eu ensaiei dizer tantas  vezes desde o dia que descobri que no meu ventre abriga uma criança.

Rockstar - Um músico na minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora