Capítulo 17

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Não sei onde enfiar a cara depois de ler as mensagens do síndico, eu nem percebi que tinha feito tanto barulho. Estou completamente constrangida e pra piorar não tenho nem ideia do que minha mãe pretende fazer.

— Vou pra sala esperar vocês terminarem de comer pra que possamos conversar.  — Minha mãe fala e se retira.

Meu peito dói, de vergonha, o que ele insinuou... É terrível, é embaraçoso, constrangedor. Meus olhos começam a formar lágrimas.  Eu nem consigo pensar em comida nesse momento.

— Ei, calma. Vai ficar tudo bem. Eu estou com você tá bom. Eu vou falar com sua mãe,  e com o síndico se for preciso. Não precisa ficar nervosa. — Bryan fala enquanto se levanta e vem até mim, seu braço passa ao meu redor, eu sinto sua mão ainda tremendo nas minhas costas.

— Vamos resolver isso logo? Eu não consigo comer. — Eu falo, sem olhar pra ele. E me levanto.

Nem espero sua resposta pra ir na sala atrás da minha mãe,  mas de qualquer forma ele me acompanha e envolve sua mão na minha.

Nos sentamos um ao lado do outro e antes que eu possa abrir a boca Bryan começa a falar.

— Dona Valéria, eu peço em primeiro lugar desculpas a senhora pelo constrangimento que eu te fiz passar. Eu sei que estou errado, mas podia jurar que não fizemos tanto barulho assim. Se a senhora achar necessário eu posso ir no síndico pedir desculpa também,  eu realmente  não quero deixar uma situação desconfortável pra nenhuma de vocês. Eu só não acho justo o jeito que ele falou, a forma que ele se referiu a minha namorada e o que ele deu a entender.  Eu tô errado sim, mas não vou admitir que ele fale dela assim.

A mão do Bryan está tremendo ainda mais agora, e finalmente entendo que é de raiva e não de vergonha como eu tinha imaginado.

— Bryan... — Eu falo, mas minha mãe estende a mão para que eu me cale.

— O que você faria Bryan se eu te impedisse de namorar minha filha? Se eu disser que depois de todo esse.... Constrangimento,  como você mesmo falou, eu disser que não quero ver vocês juntos nunca mais?

— Eu respeito sua opinião dona Valéria, mas eu amo a Alicia e vou lutar por ela se for preciso.  Se a senhora preferir que a gente fique juntos só quando tiver gente perto ou só em lugar público,  eu vou entender, mas, eu acho que terminar.... Só cabe a mim e a Alicia decidir, com todo o respeito. Se ela não quiser mais ficar comigo, tudo bem, mas de outra forma, eu farei o que for, pra ficar com ela e mostrar pra senhora o quanto meus sentimentos por ela são verdadeiros. Eu só acho que a senhora devia estar mais focada em como esse cara se referiu a Alicia do que com nosso namoro.

— Alicia, você ainda quer ficar com esse rapaz? Depois de todo esse constrangimento que ele nos fez passar?

— Quero. — Eu, digo apenas, olhando pras minhas mãos no meu colo. Não imaginei essa reação na minha mãe, ela sempre pareceu levar as coisas numa boa.

— Eu fico feliz de ouvir isso. — Diz minha mãe e nós dois olhamos pra ela com os olhos arregalados.  — Bryan, você tem razão, meu foco devia ser o síndico, e foi, eu fui até a casa dele antes de vir aqui e falei poucas e boas. Acho que funcionou, mas de qualquer forma, espero que vocês sejam mais discretos numa próxima vez. — Minha mãe olha pra gente e ambos coramos.

— Em minha vida toda, eu só perguntei isso uma única vez além de você Bryan, pra um rapaz que nem chegou a namorar com ela. Posso dizer, que sua resposta me deixou muito mais satisfeita. Eu senti a verdade nas suas palavras, e agora sei que você realmente faria tudo por ela, como você disse. Eu fico feliz por isso, e pela Alicia não desistir de você também. Ela é alguém muito especial, mas é difícil pra ela se envolver.  Estou feliz com o relacionamento dos dois, agora por favor, ponham uma música sa próxima pois não estou a fim de brigar com o síndico novamente.

Rockstar - Um músico na minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora