Alex
Ela definitivamente não estava esperando que eu fosse aparecer saindo do prédio em frente ao dela.
O choque no seu rosto fazia com que seus lábios formassem um "o" minúsculo. As sobrancelhas estavam tão arqueadas, que por um momento achei que pudessem se juntar com a linha do couro cabeludo.
Obviamente, eu também tinha ficado muito surpreso quando descobri que Liz morava no prédio da frente, mas a forma como eu descobri foi muito, mas MUITO mais impactante e prazerosa.
Já fazia quatorze dias desde nosso sábado (de sol... Referências...) naquela sala do arquivo, e eu não sabia mais o que fazer para tentar falar com ela. A gente até tinha contato, mas era via Meet, Zoom e Skype além do número corporativo.
Eu não tinha acesso ao número pessoal dela, e apesar de ter enviado várias mensagens no número corporativo mesmo, e até nos nossos grupos de trabalho, dizendo que queria falar com ela, a resposta sempre era a mesma:
Se for dúvida, formalize por e-mail, ou coloque no chat que eu te respondo.Ela sabia que as redes eram monitoradas e que eu não tinha como mencionar esses assuntos, já que eu não tenho a menor pretensão de que saibam qualquer coisa sobre a gente, por dois motivos: o meu emprego e o dela.
Sem falar que ela era minha supervisora, e isso poderia implicar um monte de problemas no trabalho, começando por relações entre colegas de trabalho, e até poderiam questionar se tinha assédio envolvido, e quando chegasse nesse tópico as coisas poderiam ir de 0 a 100 muito rápido, para ambos.
Eu poderia ser considerado o assediador, que não se conteve com o fato dela ser minha supervisora, e neste cenário eu seria o cara que por se sentir humilhado se sentiu no direito de reverter os papéis.
Ela poderia ser considerada a assediadora por estar em um cargo superior ao meu, ser mais velha, e ser mulher. O que infelizmente, neste país é justificativa para qualquer tipo de coisa.
Eu achava aquilo tudo muito desnecessário, para uma coisa que, até onde eu sabia, tinha sido momentânea e pontual, tanto que pelo andar da carruagem nem ia se repetir, já que Liz resolveu simplesmente me isolar o Polo ártico.
Não foi um simples: Ahm, ééé... Hum rum... É, eu não sei lidar com você por agora, então eu vou te colocar na geladeira. Tá queridom (Fazendo bico e colocando cabelo atrás da orelha). Mas, não se preocupa, tá?! (Risinhos...) Se eu não esquecer eu te tiro daí, dois beijos.
Não, meu caro, minha cara leitora, foi algo assim:
.........................(nada, silêncio e reticências).
E eu não estava sabendo lidar com isso.
O pior é que eu estava enxergando coisas já, pois por umas duas vezes eu jurava que via a Liz no apartamento do outro lado da rua.Sonhar com ela tinha virado rotina, e eu já estava ficando com olheiras sob os olhos, banho de água fria não resolvia, e eu estava ficando cansado de tanto tocar punheta.
Depois de finalizar sempre vinha o vazio, a vergonha, e a frustração e isso começou a mexer tanto comigo, que por fim eu não estava mais conseguindo gozar, no meio do caminho eu cansava, meu braço e pulso doíam e eu esperava o filha da puta resolver baixar sozinho.

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Sabe de nada...
RomanceComo seria se um dorama tivesse uma pegada BR? Sabe de nada é uma fic sobre o dorama "She should never know". É uma história com pegada BR sobre pegação - leia-se HOT! SINOPSE: Ele foi recrutado por ela quando cursava o último ano da faculdade, e ao...