Alex
Quando cheguei no evento me impressionei com a estrutura e com a decoração, as coisas pareciam muito refinadas e sofisticadas. A equipe trabalhava incansavelmente nos últimos detalhes, e acabei ocupando meu lugar silenciosamente evitando atrapalhar aquela dança assimétrica que acontecia entre os membros do staff.
Fiquei observando as pessoas chegarem pouco a pouco, os sorrisos falsos e verdadeiros, as piadas pastelão, e os tapinhas nas costas. No fundo eu sabia que tinha uma mistura de genuidade e falsidade percorrendo as conversas naquela noite, e seria no mínimo míope da minha parte não reconhecer esse tipo de coisa.
Em determinado momento, me peguei procurando por ela, querendo desesperadamente que ela estivesse ali, que tomasse meus pensamentos, meus sentidos e que simplesmente me tirasse daquela profusão de educação velada e relações toscas.
Como se em uma resposta a minhas preces silenciosas, ouvi um farfalhar de tecido à minha direita, e ela se materializou ao meu lado, desfilando diante dos meus olhos. Liz caminhava estilo Cat Walk com determinação, fluidez, e orgulho, e a cada passo o tecido de seu vestido criava ondas hipnotizantes.
Sua pele parecia brilhar, e minhas mãos tremeram com o desejo de tocá-la, e me segurei para não puxá-la ali mesmo, e levá-la embora.
Ela parecia concentrada em chegar ao palco e não percebeu minha presença, me senti aliviado e apreensivo, e ao mesmo tempo um pouco desapontado, pois seria incrível ver se ainda era capaz de afetar e desconcertar aquela pose toda.
Fiquei com o rastro do seu perfume martelando meus sentidos, e tive que me ajeitar na cadeira, para esconder a ereção que começou a marcar minha calça extremamente justa.
Enquanto isso Liz já estava sobre o palco e a cerimônia começou, confesso que prestei pouquíssima atenção no que se falava, completamente fascinado com aquela mulher, seu sorriso, seus olhos afiados, a presença e segurança que ela demonstrava no palco, falando com todos ali, brincando e seguindo um roteiro perfeitamente, tiveram alguns momentos em que ela improvisou, principalmente quando alguns vencedores tentaram ser mais "saidinhos", ou flertar com ela, meu sangue fervilhou todas as vezes, mas ela conseguia lidar com aquilo com maestria e cada um deles foi "gentilmente" colocado em seu lugar.
Quando minha categoria chegou, torci, orei, pedi e relutei para que eu ganhasse, não pelo prêmio em si, mas pela oportunidade de subir ao palco, de tocá-la e de conseguir diminuir pelo menos um pouco daquela distância toda.
Notei quando ela congelou ao ver meu nome, vi seu sorriso morrer, e a sede que ela de repente sentiu, e antes que ela me anunciasse já sabia que o prêmio era meu, soube pelo tremor de suas mãos, o estremecer de seu corpo em antecipação, e senti o magnetismo que existia entre a gente quase me arrastar até lá.
Quando recebi o prêmio de suas mãos e sussurrei em seu ouvido, quase a mordi ali, desesperado por sentir sua pele na minha boca, seu corpo arrepiou e aquilo me desestruturou a tal ponto de considerar por um momento simplesmente sair correndo com ela dali, num esforço sobre-humano me afastei e me obriguei a fazer meu discurso de agradecimento. Liz se afastou e recuou no palco, porém quando terminei fiz questão de agradecer a ela mais uma vez e sussurrei em meio aos aplausos: hoje você não escapa. Seus olhos se arregalaram e sua pele arrepiou novamente, e eu tive que descer do palco e retornar ao meu lugar rapidamente, para novamente esconder minha "situação".
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Sabe de nada...
RomanceComo seria se um dorama tivesse uma pegada BR? Sabe de nada é uma fic sobre o dorama "She should never know". É uma história com pegada BR sobre pegação - leia-se HOT! SINOPSE: Ele foi recrutado por ela quando cursava o último ano da faculdade, e ao...