Para mim já deu!
Eu quero mais é que a Liz vai se foder!
Nesse momento meu cérebro psicopata resolve me apresentar uma imagem bem vívida de Liz no apartamento da frente, literalmente se fodendo... Meu pau se ergue glorioso, totalmente alheio a raiva, decepção, mágoa e meus debates internos.
Dou um tapa nele, e ele praticamente grita: "OOOuu, que que eu fiz?"
Faço uma careta, e abro outra cerveja.
Puta que pariu!
Eu achava que tava tudo certo, saí de Milão parecendo um garoto pimpão. Mais que feliz que pinto no lixo, estávamos juntos, fi-nal-men-te. Tinha conseguido finalmente quebrar as paredes, a distância, a insegurança e ela tinha tomado coragem o suficiente para reconhecer os sentimentos que ela tinha.
Parecia que agora eu poderia ter meu antigo eu de volta, sem ficar atormentado pelas imagens e provocações que aquela mulher conseguia manifestar na minha rotina. Me senti na plateia do Tiago Ventura quando ele grita Spartanos: Aaaaouhhhh!
Dormi o voo todo.
Cheguei no Brasil e senti que eu poderia vencer qualquer coisa que jogassem na minha frente, e de fato me debrucei sobre o trabalho com uma pegada renovada, montei um cronograma de atividades, e analisei todos os projetos que já estavam previstos para desenvolvermos nos próximos meses. Virei o cara do checklist e das reuniões rápidas, tudo para aumentar nossa produtividade, e conseguir antecipar as entregas. Eu tinha um motivo pra isso? Claro! Eu queria abrir espaço na minha agenda para quando Liz viesse ao Brasil, afinal tínhamos combinado de que em 6 meses ela viria para cá, já que ela teria a possibilidade de tirar alguns dias de férias.
Nunca trabalhei tanto!
Nós conversávamos todos os dias, via Whats, ligação, call e para mim as coisas estavam indo bem. Claro que alguns dias eu acabei furando as nossas ligações, outros dias foi ela, mas a gente sempre mandava uma mensagem pelo menos, e um entendia o outro.
Saí com a Júlia e depois de dar uns beliscões na bochecha dela por ter sido intrometida, acabei agradecendo por ela ter tido essa iniciativa. Na verdade, ela tinha sido um divisor de águas. Ela e Roberta estavam saindo, e Anna, ao contrário do que pensei, demorou um pouco para entender a nova dinâmica. Roberta até tinha me pedido para falar com ela, mas quando levei ela para tomar sorvete e abordei o assunto, ela me disse que o problema não era a mãe se relacionar com uma mulher, mas era o fato de que a mulher era Júlia, que para ela, era quase uma tia. Então, ela achava estranho, mas estava pensando no assunto...
Eu fiquei sem palavras, espantado com a maturidade daquela criança, e me questionando se esse nível de maturidade era de fato saudável.
Enfim... Questionamentos que sempre me fazia todas as vezes em que eu e Anna conversávamos.
Por conta dessa estranheza Roberta e Júlia estavam levando as coisas devagar e de forma leve, tanto pela Anna, quanto por elas mesmas, eu e Vanessa apenas apoiávamos as duas, e tentávamos ajudar.
Minha mãe estava torcendo para dar certo, tanto que passados 4 meses da minha volta ela marcou um almoço de família. Nesse almoço, ela ficou jogando umas indiretinhas e meu pai chamou Júlia para um papo sobre o relacionamento das duas, no dia eu e Vanessa ficamos divididos entre rir da situação, salvar a coitada ou sair correndo dali.
Roberta quase teve um piripaque e Anna resolveu que seria muito importante ela participar da "conversa". No fim, deu tudo certo, e eu acabei com uma coleção nova de memórias das risadas e constrangimentos novos que minha família fez as duas passarem.

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Sabe de nada...
RomantikComo seria se um dorama tivesse uma pegada BR? Sabe de nada é uma fic sobre o dorama "She should never know". É uma história com pegada BR sobre pegação - leia-se HOT! SINOPSE: Ele foi recrutado por ela quando cursava o último ano da faculdade, e ao...