XXV

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Liz

Realmente eu tinha sido muito babaca, cara!

Porraaaaaahhhh!

É por isso que tem muita mulher frustrada achando que é só dizer vem que o cara tem a obrigação de ir, afinal do contrário ele é gay.

Cara é muito difícil segurar a onda quando o cara é que está sendo evasivo, a gente fica se sentido muito bosta, parece que deixamos de ser atraentes, e até que de repente a gente deixou de existir (em alguns casos). É eu sei, isso é algo problemático que talvez nem toda mulher passe ou sinta.

O fato é que eu me senti assim, e foi muito, muito, mas muito ruim.

Alex praticamente espelhou meu comportamento por alguns dias, e eu honestamente não sei como ele ainda teve paciência para sequer olhar na minha cara. Era extremamente frustrante para mim, saber que ele estava ali, ao alcance dos meus dedos e eu não podia fazer mais nada.

E vai noites e noites de usos de toys, que me levavam ao orgasmo e me deixavam vazia depois. Ficava ansiando sentir seu cheiro, seus braços, sua pele, seu calor. Dormir e acordar olhando a perfeição que era seu rosto, a ponto de contar quantas respirações ele era capaz de produzir em um minuto, quantas vezes durante seu sono ele suspirava, e ficar babando no biquinho que a boca dele fazia quando estava com a cara amassada no travesseiro.

Merda! Completamente, e delirantemente apaixonada por ele.

A coisa ficou tão grave que eu acionei a Júlia, e ela achou que seria incrível se eu conhecesse as irmãs de Alex. O problema é que, obviamente, ela não me falou nada sobre isso, então no mesmo sábado em que eu fiz aquela sala de arquivo tremer, fui emboscada, num convite para irmos a uma noite de stand-up. Dei graças a Deus que deu tempo de tomar um banho e ter certeza que eu não carregava "vestígios" do que aconteceu naquela tarde.

Combinamos de nos encontrar em frente ao bar, e é claro que minhas pernas tremeram quando percebi que Júlia não estava sozinha, mas sim acompanhada por duas mulheres lindíssimas. A primeira estava de mãos dadas com Júlia, e supus que seria Roberta, afinal quando eu não estava falando de Alex, Júlia estava falando de Roberta.

Aliás a outra moça também tinha os mesmos olhos de Alex, o que me deu a dica de ela seria Vanessa. Entretanto a semelhança acabava aí. Ela usava pouquíssima maquiagem, e estava de calça jeans, regata branca e tênis nos pés,

Vanessa usava uma calça pantalona estampada e um cropped azul assimétrico de um ombro só. Ela já , ou ao menos me parecia ser assim, conforme as luzes do bar repassavam por ela.

Vanessa, a mulher que tinha me lido tal como um livro, sem nunca sequer ter me visto.

Pondero sobre voltar para casa, e deixar aquela emboscada para trás, mas Júlia me vê e eu não tenho mais como fugir, em segundos estou sendo arrastada.

- Prazer em conhecê-la. - Diz Roberta pausadamente. Cada palavra carregada de muitas perguntas, e porque não, um tanto de julgamentos.

"Será mesmo que ele não poderia conseguir algo melhor? Ele está maluco por causa dessa aí?" Alguns dos meus fantasmas interiores se agitam e começam a indagar.

- O prazer é todo meu. Não imaginava que as conheceria assim, neste lugar, desta forma... - Lanço um olhar zangado para Júlia, que de repente fica muito concentrada em um fio imaginário na roupa de Roberta.

- Não se preocupe com a forma em que nos conhecemos, se preocupe em amainar as impressões que tivemos de você, antes mesmo de conhecê-la. - Vanessa diz sem dourar muito a pílula para mim.

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⏰ Última atualização: Apr 08 ⏰

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