Liz
A Times Square era maravilhosa!
Estar ali parecia um sonho concretizado, quem imaginaria que eu a garota xexelenta da escola, a esculachada e cheia de apelidos, estaria nesse lugar?
As benditas das minhas alter's estavam muito silenciosas, e a pergunta ecoou dentro de mim, sem ter ninguém para responder. É como se um buraco estivesse aberto no meu peito, e todos meus sentimentos estivessem escoando pouco a pouco, e com elas as minhas "alter's" estavam indo embora também.
Chamo de alter's, mas são como os bonecos do divertidamente na minha cabeça, são representações de sentimentos puros, e não necessariamente personas completas, é como se a vozinha que cada um tem dentro de si, assumisse o manto de diversos sentimentos, e para cada um deles eu criei uma imagem mental.
Não sei até que ponto isso me levaria a um diagnóstico de transtorno dissociativo de identidade, mas nenhuma delas tinha assumido o controle em momento algum, e também não se identificavam como nada, não tinham nomes próprios, nem aparência.
Olho mais uma vez para aquela profusão de cores e luzes e me sinto completamente sozinha, como se só existisse eu e as luzes, e aquele turbilhão de pessoas fosse apenas um borrão, indo e vindo, indo e vindo, indo e vindo...
São 22hs e eu resolvo voltar para o apartamento que a empresa sublocou, minha cabeça está explodindo, tomo um remédio e me jogo na cama sem me incomodar em tirar as roupas pesadas.
*******
- Convoco a primeira reunião entre facetas da Liz. – Diz uma voz autoritária mais a esquerda, o cenário escuro começa a ganhar cor e ficar mais iluminado. Estamos em um semi teatro, e tem uma versão de mim mesma num púlpito, usando uma toga de juíza e aquelas perucas brancas cheias de cachos com um pince-nez sobre o nariz, o pior é que apesar da formalidade, ela usava um batom rosa chiclete beeeeeeem marcado, e as unhas eram gigantes e do mesmo tom.
Fiz uma careta. O que caralhos estava acontecendo?
- Liz depressiva?
- Yep. – Vejo uma Liz com olheiras até o queixo, uma camiseta de candidato das eleições de 2000, o cabelo desgrenhado com um cheetos preso se manifestar a minha direita.
- Liz emo?
- Hello darkness. – Minha versão cabelo preto, franjão, lápis preto gritando, calças rasgadas e correntes tilintando, responde acima de mim.
- Liz emputecida?
- Que é? – Surge a Liz que apareceu na conversa com Will a um tempo atrás, dessa vez usando luvas pretas e douradas.
- Liz covarde?
- Como sempre, ela faltou... – responde Liz debochada, com uma voz ronronante, amarrando suas maria-chiquinhas e lixando as unhas vermelhas.
- Liz sexual?
Escuto o estalar de um chicote, e minha versão embrulhada em couro preto aparece, espartilho, botas, chicote, máscara e acessórios.
- Liz sábia? Liz sincerona? Liz mentirosa?
Todas respondem, a primeira com um manto igual um sábio das montanhas, a segunda era mais parecida comigo mesma, e a terceira usava roupas falsas.
Depois de repassar os olhos na sala, a Liz juíza parecia satisfeita e disse:
- Acho que estamos todas aqui.
- Mas, e a Liz covarde?
- Ela está aqui sim, só está escondida dentro da Liz verdadeira.
Um facho de luz me ilumina, e uma força invisível me puxa para o centro do palco.
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Sabe de nada...
RomanceComo seria se um dorama tivesse uma pegada BR? Sabe de nada é uma fic sobre o dorama "She should never know". É uma história com pegada BR sobre pegação - leia-se HOT! SINOPSE: Ele foi recrutado por ela quando cursava o último ano da faculdade, e ao...