Hora de levantar

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POV S/N

Passaram se três dias e eu ainda estava sentada intacta em frente aos corpos da minha familia.
Do nada, Silva aparece na porta do quarto com algumas comidas e aquela maldita expressão neutra de sempre.

- Você precisa comer e levantar pra enterrar os corpos. Já começaram a entrar em decomposição e você sabe que isso pode te causar alguma doença.
Além do mais, você não quer ver o corpo deles apodrecendo em sua frente, não é?

Pela primeira vez, olhei em seu rosto, mas não conseguia dizer nada, eu mal parei pra pensar se ele tinha alguma relação com isso, mas acredito que não. Silva sempre foi extremamente sincero com todos e se ele quisesse matar alguém não faria joguinhos.

-Vem, s/n, eu ajudo você. -me pegou pelo braço e me fez sentar na cama.

Passaram se pelo menos 10 minutos até que eu conseguisse dizer algo.

- Como ele poder fazer isso? -meus olhos encheram de lágrimas-

- Ele estava trabalhando! Não sabia que eram sua familia.

- Eu me refiro a matar uma criança tão nova e que não tem culpa de nada.

- Bom, s/n, você sabe que nossas famílias sempre tiveram suas particularidades. Peço desculpas, mas nós nunca nos importamos com isso. A única coisa que posso te garantir é que se ele soubesse que eram da sua familia, nunca teria feito isso.
Ele está arrasado e vivendo a base de remédios. Vai ser difícil passar por isso.

-Espero que seja mesmo. Mas nunca será igual pra mim. Ele usou a arma e o veneno que eu dei pra mata-los.

- Não é como se fosse culpa sua.

Decidi me levantar. Era hora de enterrar aqueles corpos e eu sabia muito bem para onde leva-los.
Tomei um banho e me alimentei, disse para Silva que, em alguns dias, iria até a montanha Kukuru para conversarmos sobre o que seria feito com Illumi. Até porque, eu sabia que se matasse o primogênito dos Zoldyck, minha cabeça seria, no mínimo, pendurada em frente a entrada da casa.
Me despedi e pedi que ele não me ligasse enquanto eu estivesse resolvendo essa questão dos corpos de meu amado irmão e mãe.
Chegando naquela ilha, onde as poucas pessoas que moravam ali nos conheciam desde criança, tento não transparecer minha tristeza. Adentro aquela floresta que era linda, mas fácil para se perder, caso você não conhecesse, e enfim chego a nossa casa de veraneio, o local onde nossa familia sempre estava feliz, independente do motivo. Sorri ao lembrar de nossas pequenas férias no lugar.
Desço daquela van onde estavam os corpos e sinto um cheiro forte, acho que já está na hora de enterra-los.

Sebastian, nosso mordomo mais confiável, me atendeu surpreso.

-Srta. Ozu, o que faz aqui? - sorriu-

-Olá, Sebastian. Como você está?

-Estou ótimo.

-Bom, o que me traz aqui é um motivo bem triste na verdade. -o chamo para me ajudar com os caixões que estavam na parte de trás da van.

- A Sra e o pequeno Yuno estão mortos? -vi lágrimas se formarem em seus olhos e o abracei-

-Sinto muito. Era minha responsabilidade cuidar deles.

Não é como se fosse um problema, ChrolloOnde histórias criam vida. Descubra agora