Depois de um tempo, Laysa passou o telefone para Cadmiel. Diferente dos outros, Cadmiel era um dos poucos que materam contato com os pilares, encontrando Arón sempre que podia e a única da casa que sabia de suas saídas era Laysa.
Assim que ouviu a voz de Cadmiel, Arón se sentiu aliviado.
- Alô?- O renegado atendeu.
- Cadmiel, preciso de sua ajuda- Arón disse.
- Arón? Mas o que aconteceu?
- Não dá para explicar por aqui- disse Arón.- Por favor, venha o mais rápido que puder.
O renegado não entendeu muita coisa, mas sentiu a urgência na voz do amigo. Arón lhe passou o endereço e Cadmiel desligou.
Assim que vestiu a jaqueta e pegou as chaves da moto, Danton apareceu.
- Vai a algum lugar específico?- Ele perguntou.
Apesar da repentina partida de Maya, seu bom humor não modificou em nada.
Cadmiel estava com pressa.
- Não posso explicar- ele respondeu.- Tenho que ir agora.
Danton achou estranho, mas deu passagem a Cadmiel. Laysa estava sentada no sofá.
- Laysa, você viu meu capacete?
- Está na moto- ela respondeu.- Onde vai?
Cadmiel não respondeu. Estava com pressa.
- Volto logo.- Foi tudo o que disse antes de sair.
Subiu na moto e deu a partida. Seguiu o endereço que Arón havia passado. Era próximo do lugar onde costumavam se encontrar.Arón decidiu esperar o renegado no portão da casa. Não demorou muito para que ele chegasse. Cadmiel foi parando devagar e desceu da moto.
- Oi- Arón o saudou.- Algum problema antes de sair?
Cadmiel retirou o capacete e o olhou.
- Só Laysa e Danton me atrapalharam um pouco- ele respondeu.- Enfim, por que ne chamou aqui?
Arón levou a mão ao bolso esquerdo e tirou de lá o cordão de Maya, que Cadmiel logo reconheceu. Mas havia algo de diferente. Um pequeno anjo dourado que lhe era familiar.
O renegado esticou a mão e pegou o objeto.
- Conheço isso.- Disse ele.- Mas o que faz com Maya?
- Era justamente por causa disso que eu te chamei- disse Arón.- Maya começou a ficar potencialmente forte com ele, mas fora de controle.
Cadmiel assentiu. Já tinha visto esse tipo de coisa acontecer com quem usa aquela peça, por isso não estranhou o relato do amigo. Mas para Maya, usar aquilo era perigoso para seu dom.
O renegado pediu para vê-la e Arón o levou até a sala. Maya estava deitada no sofá, dormindo.
Cadmiel se aproximou e tocou seu pulso. Batia ritmicamente, o que era bom sinal, mas um pouco forte para sua natureza. Cadmiel começou a se preocupar.
Pediu o colar para Arón, que rapidamente lhe entregou. Colocou entre as mãos da garota e fez uma pequena prece.
Inocência é o seu nome, disse. Entre as estrelas se encontra. Desenhe sobre seu coração o risco calmo.
Ao olhar para Maya, Cadmiel viu que os cabelos da pilar retornaram ao normal. Seu coração retomou o ritmo desacelerado de antes. Agora estava tudo bem.
Se virou para falar com Arón.
- O pingente do anjo significa força sobrenatural- disse.- O poder de Maya aumentou tal forma que seu coração não pôde mais parar. Como se estivesse viciado.
- Entendi- Arón disse.- O vício fez com que aumentasse cada vez mais.
Cadmiel assentiu.
- Seria sábio não deixar isso mais perto dela- disse ele.- Ou ela pode não aguentar mais.
Arón olhou a amiga. Força não era nada restritivo ao seu dom, mas o descontrole pode fazer com que acidentalmente acabe matando um inocente. Isso era totalmente ao contrário de Maya. E é aí que mora o perigo.
Arón levou o renegado até o portão.
- O dom de Maya não é nenhuma brincadeira- disse o renegado após ter ligado o motor da moto.- Pode sair de si muito fácil, principalmente nos dias de hoje.
Arón assentiu, concordando com o comentário.
- Cuide bem dela, Arón. Além de ser a última da pureza, ainda é uma ótima amiga.
Cadmiel subiu na moto.
- É muito importante que seja eternamente inocente.
Arón fez um gesto de despedida e Cadmiel estava prestes a ir embora, quando algo lhes chamou a atenção. Um pilar da escuridão estava lá.
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Caminhando
AléatoireDurante anos, era dever deles proteger os humanos e manter o equilíbrio do mundo. Tanto da escuridão quanto da luz, os pilares eram necessários para o mundo. Com o equilíbrio entre os dois grupos, era certa a harmonia. Se as histórias antigas são o...