Arón estava voando à toda. Tinha que chegar no local o quanto antes, mesmo que isso o desagradasse. Assim que chegou, olhou para o alto, uma placa mostrava orgulhosamente o nome Internato San Juan. Aquilo foi como retornar ao seu pior pesadelo.
Arón não podia perder tempo, tinha que ir atrás de Donny, ele era o único que poderia ajudar. Ao pisar no internato sentiu a presença dos outros pilares. Ele se perguntava se os outros também o sentiam. Caminhou devagar até a árvore onde ele e Maya costumavam ficar e se escorou no tronco. Algo lhe dizia que pelo menos um havia sentido sua presença. Torcia para não ser Abner.
Fechou os olhos e, ao reabrí-los, Gil e Astrid estavam em sua frente, o olhando com certa curiosidade. Arón se sentou no chão e os olhou.
- Olá- disse ele.- Onde está Donny?
Gil riu.
- Sério?- Ele perguntou.- Depois de tanto tempo, é isso o que você pergunta?
Arón o olhou.
- Eu perguntaria algo mais formal- Arón disse-, se eu não estivesse realmente precisando encontrar Donny.
- Por quê?- Astrid perguntou.
Arón se levantou e limpou as roupas.
- É urgente- ele disse.- Onde ele está?
- O que você quer aqui?- A voz de Abner foi ouvida.
Arón se virou. Abner e Donny estavam juntos. O líder o encarava com raiva, já Donny com a mesma curiosidade de Gil e Astrid.
Arón deu de ombros.
- Vim falar com Donny- ele respondeu.
- Comigo?- Donny perguntou.
Arón retirou o pequeno anjo do bolso e o jogou para o pilar. Donny pegou no ar e, ao vê-lo, seu coração bateu mais forte.
- Reconhece isso?- Arón perguntou.
Donny assentiu.
- Dei isso para minha irmã- ele respondeu.- Arón, o que houve?
Arón contou o que aconteceu. Donny começou a tremer. Sua irmã era a única coisa que restou de seus pais, se alguma coisa acontecesse à ela, ele não saberia o que fazer. Tremia, mas tremia de raiva.
Donny já não agia por ele mesmo. Seus pensamentos giravam em torno de sua irmã. Bilo estava por trás disso e Donny iria fazê-lo pagar. Seu olhar começou a amedrontar os outros. Ele olhou profundamente para Arón.
- Onde ela está?- Ele perguntou.
- Bilo disse que com Melissa- Arón respondeu.- Você ainda consegue rastrear sua irmã?
Donny olhou para o céu. Tinha algo de estranho naquela história. Como os escuros sabiam sobre Melissa? Se aproximou de Arón e, olhando no fundo de seus olhos, disse:
- Sim. E pode apostar que irei atrás de Maya.
Arón sorriu.Cadmiel estava cansado. Já fazia algum tempo que estava lutando contra Bilo e Zarkon e todos os seus músculos estavam clamando por parar.
Não vou aguentar muito tempo, ele pensou.
Mas era claro que Bilo observou aquilo. Sorrindo, disse:
- Não é mais o mesmo de antes, hein. Cadê toda aquela sua convicção para luta?
Cadmiel arfava. Zarkon o derrubou com uma rasteira e Bilo apontou a ponta de sua espada para seu peito esquerdo. O renegado sabia que ele não o mataria, mas Devlin iria. Mesmo sendo um renegado era diferente dos outros e o líder escuro guardava rancor dele.
Bilo sorria e ver isso era realmente estranho.
- Está com medo?- Ele perguntou.
Cadmiel o encarou.
- Nunca sentirei medo de você- respondeu-, de Zarkon ou de Devlin. Podem fazer o que for comigo.
Bilo o levantou. Uma corrente de espinhos se formou nos braços do renegado. Não machucava, mas qualquer movimento brusco faria uma veia furar.
Zarkon e Bilo o seguraram pelos ombros. Ambos levantaram vôo e levaram Cadmiel para os outros pilares da escuridão.
Por favor, Arón, ele pensou. Nunca fui de exigir nada, mas por favor, ande logo.
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Caminhando
RandomDurante anos, era dever deles proteger os humanos e manter o equilíbrio do mundo. Tanto da escuridão quanto da luz, os pilares eram necessários para o mundo. Com o equilíbrio entre os dois grupos, era certa a harmonia. Se as histórias antigas são o...