Filho da puta

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O teto do meu quarto parecia extremamente atrativo no momento, com o lençol branco esticado cobrindo metade do meu rosto, eu ainda tentava entender o que carambas tinha acabado de acontecer.

Novamente transei com Joseph e dessa vez eu não estava bêbada.

Duas vezes em menos de uma semana, minha consciência alertou.

De canto de olho conseguia perceber ele observar o teto também, claramente sem jeito. Ao que tudo indica a lâmpada nova, que comprei há algumas semanas, esta muito interessante para nós dois.

- Como isso aconteceu? – Minha voz era baixa e confusa, meus olhos ainda grudados na nova lâmpada. – Eu nem ao menos gosto de você.

- Sei disso. – Suspira.

- Você não faz o meu tipo, entende? Nada contra, mas não tem sentido como eu me sinto quando estou... Com um cara como você. – Escuto um engasgo chocado e em seguida um bufo irritado. – Não que você não seja atraente, não é isso. Você é um homem muito bonito, mas nós dois não temos nada em comum e convenhamos, a gente se odeia. E além de tudo eu trabalho para você. – Apresso-me em explicar a situação. – Provavelmente eu não estava pensando. – Acrescento em um sussurro imaginando onde estava com minha cabeça e com o bom senso.

- Talvez esse seja o problema. – Sinto ele se mover na cama. Agora apoia o braço no colchão, virando-se em minha direção. O lençol o cobria um pouco acima da cintura para baixo. – Por que não sei quando a você Agnes, - Sua voz ainda estava rouca, sinto os pelos do meu corpo eriçarem. - Mas eu não estava pensando em absolutamente nada. – Desvio o olhar voltando a encarar o teto.

- Com certeza eu também não estava, porque não me submeteria de novo a essa situação em plena consciência.

- De novo? – Seu tom era sugestivo e desvio meu olhar em sua direção, encontrando-o com a sobrancelha levantada. – Então você lembrou...? – Levanto apoiando-me pelos cotovelos, mas mantendo o lençol preso na altura dos seios.

- É claro que eu lembro! Você deixou uma marca bem memorável em meu pescoço, muito obrigada. – Solto uma risada sarcástica. – Você não sabe o quanto eu te odeio por ter transado comigo e nem ao menos ter me contado!

- Calma ai Collins! – Senta-se na cama, apoiando a costas na cabeceira. O lençol desce um bocado, cobrindo uma parte do seu quadril. Meio constrangido ele coça a nuca. – Eu não poderia te contar, o pânico que você ficou só imaginando que tínhamos transado me deixou com medo da sua reação. Achei melhor deixar você acreditar que não havia acontecido nada, não era minha intenção te enganar. Só tentei evitar uma situação embaraçosa.

- Ah claro, por que essa situação aqui é maravilhosa! – Rolo os olhos irritada. Com raiva levanto da cama e pego meu roupão preto, percebo seus olhos em minha bunda. – E para de olhar para minha bunda! – Esbravejo furiosa, ajeito o roupão em meu corpo e viro em sua direção. – Você é um mentiroso, arrogante e... Ridículo que transou comigo e não falou nada! – Automaticamente seu olhar muda em minha direção, dando lugar para outra reação.

- Desculpa querida, mas você também não disse nada! – Levanta da cama abruptamente, levando o lençol consigo, enrolando-o em volta do quadril. Arregalo os olhos assustada com a sua fala. - É isso mesmo! Quem garante que você não estava se aproveitando de mim?!

Tento tirar da cabeça a visão de Joseph enrolado em meu lençol, deixando bem a vista o caminho de pelos abaixo do seu umbigo e a maldita corrente prata em seu pescoço.

- Pode ir parando com o teatrinho Joseph, eu vi que você encontrou a embalagem da camisinha e ainda escondeu no bolso! Você mentiu para mim e ainda transou comigo de novo. Por acaso eu sou uma garotinha fácil que você pega quando está com muito tesão?! – Minha voz era carregada de ódio, a irritação era nítida demais enquanto apontava em sua direção agressivamente.

Sobre a noite passada | Joseph Quinn | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora