Linha tênue

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- Será que vou poder vê-lo?

Sentada no banco traseiro do Volvo do casal apaixonado, encaro Sophie que mirava seus olhos pidões em minha direção. Agarro a mochila com os pertences de Joseph em meu colo e respiro fundo, tentando acalmar a loira.

- Não sei dizer sobre isso, querida. Seu tio está com ele até agora, mesmo que não precise. Acho que se você me acompanhar até o quarto, dê para vê-lo rapidamente, o horário de visitas já acabou.

- Qualquer coisa invento que titio é meio caduca e precisa de companhia. – Dá de ombros virando-se para frente novamente. Eu apenas nego com a cabeça enquanto coloco o pequeno frasco de perfume dentro da mochila. Não sem antes, é claro, de passar um pouco. Era extremamente cheiroso, cheirava a... Joseph. – Então... – Abre um sorriso malicioso e seus olhos brilhavam curiosidade. – Você e meu irmão estão juntos. Por favor, quero ser a madrinha do casamento.

- Primeiro que não haverá casamento. – Ergo o dedo indicador, sinalizando o número um. – Segundo que não estamos juntos, já lhe disse isso.

- Bem, então vocês estão apenas... Se pegando? – Apollo quem pergunta dessa vez, com um tom risonho. Respiro fundo buscando paciência.

- Vamos dizer que sim, estamos nos pegando. Saindo juntos. Nos conhecendo... Chamem como quiser, mas não estamos juntos!

- Não vejo a hora de fofocar com Luna sobre isso! – Sophie bate palma animada.

Suspiro aliviada quando vejo a fachada do hospital se aproximando. Acho que nunca me senti tão feliz por estar em um hospital como agora.

Apollo encontra uma vaga próximo a porta de entrada, já era noite e o horário de visitas terminou, sendo assim o hospital estava apenas com os acompanhantes e quem trabalha no turno noturno. Seguimos até a entrada grande e elegante do prédio, o hall parecia mais com um shopping do que um hospital. Tranquilamente sigo em direção aos elevadores, andando em direção ao corredor que nos leva até o quarto de Joseph. Sophie estava ansiosa para ver o irmão e Apollo tentava segurar a emoção da sua amada.

Paro em frente a porta branca, abro-a delicadamente. Meus olhos encontram tio e sobrinho sentados no pequeno sofá assistindo a um jogo qualquer de futebol, os dois estavam atentos a televisão e pareciam confabular sobre o jogo.

- Jojo! – Sophie passa por mim rapidamente, seguindo na direção do irmão. Com alguma, pequena e mínima, dificuldade Joseph levanta-se e deixa ser abraçado pela irmã. – Fiquei tão preocupada.

- Eu lhe disse que estou bem. – Afaga a cabeleira loira com o braço livre da tipóia.

- Olha só o seu rosto! – Coloca as mãos nas bochechas do loiro, avaliando as pequenas esfoliações espalhadas.

Deixando os dois curtirem o momento, movo-me para guardar a mochila junto dos outros pertences, tantos meus quanto de Joseph. E então sigo até Patrick, cumprimentando-o.

- E foi tudo bem durante o dia? Nenhuma queixa?

- A única queixa dele era estar com saudades de você. – Sinto minhas bochechas esquentarem. Tentando disfarçar a vergonha, limpo a garganta desviando o olhar para meus pés. – Não se preocupe Agnes, ele está bem. Fizeram inúmeros exames nele hoje a tarde, logo depois do almoço. Agora a pouco o médico disse que todos os resultados foram positivos e que amanhã de manhã ele será liberado, passará essa noite apenas por precaução. – O mais velho sorri para mim e sinto apenas um alivio em meu coração. – Não vai ser agora que você ficará viúva. – Brinca.

- Em casa, coloco veneno no copo dele. – Pisco com o olho direito para ele, entrando na brincadeira. – Obrigada por ter feito companhia para ele Patrick, sinto que Joseph precisava disso. – Falo observando os três conversando animadamente. Sophie contava histórias da sua viagem e os perrengues que passou com a família de Apollo.

Sobre a noite passada | Joseph Quinn | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora