Emoções

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Saio feliz da oficina seguindo o Jaguar de Joseph até a empresa, meu carro ronronava como novo e estava mais macio do que nunca. Ainda não podia acreditar que esse era o meu amado Twingo.

Depois de alguns minutos estaciono na minha vaga habitual em frente ao prédio espelhado, o sorriso em meu rosto não podia ser disfarçado, tamanha era minha felicidade.

- Se soubesse que todo esse tempo era só arrumar o cortador de grama, já teria feito isso há muito tempo. – Joseph fala risonho, ajeitando a gravata no pescoço, enquanto caminhávamos juntos até a entrada da empresa.

- Só estou muito feliz, muito obrigada de novo. Se eu soubesse que você era tão legal e atencioso assim, jamais teria pedido que Deus jogasse um meteoro em sua cabeça. – Sorrio em sua direção, entrando no elevador.

- O quê?! – Segura a porta, impedindo o fechamento automático, e acomoda-se ao meu lado na caixa metálica, fechando os botões do terno caríssimo da Dior.

- Convenhamos Joseph, você não era uma flor que se cheire. Você era o pior chefe do mundo. – Coloco as mãos para trás, envergonhada.

- Sabia que era ruim, mas não nesse nível.

- Mas você é uma pessoa muito legal e bondosa. Totalmente contrário do que eu imaginava. – Encaro-o sorrindo amigável. O loiro reflete o mesmo sorriso, mas é desmanchado quando escutamos um pigarro.

- Com licença. – Um rapaz fala atrás de nós. Estávamos tão perdidos em nosso próprio mundo que nem ao menos percebemos a presença da terceira pessoa dentro do elevador. E que a porta do mesmo estava aberta em um andar que não pertencia a nós. – Tenha um ótimo dia senhor Quinn. – Faz um aceno com a cabeça, mira o olhar em minha direção. – Agnes. – Faz o mesmo movimento para mim e enfim a porta fecha-se. Olho ao redor, garantindo que não havia mais ninguém conosco.

- De onde ele saiu? – Joseph tinha uma sobrancelha arqueada e uma feição confusa. Parecia extremamente... Fofo.

Ignoro-o e deixo o elevador nos levar até o último andar. Chegando lá, acomodo-me em minha mesa, guardo minha bolsa na gaveta de sempre e paro confusa. O computador branco amarelado, arcaico e jurássico havia sumido, dando lugar a um iMac branco novinho e belíssimo. Cenho a testa passando a mão sobre o pequeno e ergonômico teclado.

- Pedi que instalassem no final de semana, enquanto estávamos na festa. – Escuto a voz acanhada, envergonhada de Quinn. Parado a poucos metros da minha mesa, encarava-me tímido. – Não sei se é a melhor opção, eu não lido muito bem com tecnologia, mas o vendedor me garantiu que é um dos melhores do mercado. Ah, e o técnico já fez o... O... – Sua testa enruga, confuso tentando lembrar a palavra. – Upload? Download? Enfim, o que quer que seja... O técnico passou as informações daquele computador. – Faz um movimento, como se estivesse apontando para o antigo computador. – Para este. – Com as duas mãos aponta para o iMac em minha mesa. – Como ele fez? Não faço ideia, mas ele fez. – Dá de ombros meio risonho. Rio da sua explicação e de como ficara confuso tentando explicar o que acontecera. Caminho em sua direção abraçando-o.

- Obrigada, senhor Quinn. – Sinto seus braços enrolarem-se ao meu redor, apertando levemente, seguido de um beijo leve no topo da cabeça. – Agora me parece um ótimo momento para pedir um aumento. – Levanto a cabeça, mirando meus olhos em seu rosto. O loiro gargalha alto, sua risada fora tão sincera que sinto seu corpo tremer junto ao meu, não podendo evitar acabo me juntando a ele. – Era apenas brincadeira. – Afasto-me e recupero um pouco do fôlego. – Não faço ideia de como agradecer por tudo isso, mas obrigada. Muito obrigada. Pelo carro, o novo computador... – Pelo sexo incrível. – Por tudo.

- Vamos a um jantar.

- O quê? – Pergunto, confusa.

- Estou lhe convidando, e quase a obrigando, a ir um jantar. Junto comigo. Somente nós.

Sobre a noite passada | Joseph Quinn | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora