Perdida

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Sinto minha cabeça pesada pela quantidade de bebida ingerida na noite passada, mesmo que não tenha exagerado, sou fraca para álcool. Vagarosamente percebo uma leve respiração acima da minha cabeça: calma, serena e pausada. Sorrio minimamente recordando da noite passada.

Dormi com Joseph novamente, e dessa vez não me arrependo.

E, provavelmente, vamos dormir juntos mais vezes.

Abro os olhos tentando me acostumar um pouco com a claridade atingindo meus olhos. A primeira coisa que vejo é um peito nu, com alguns pelos loiros espalhados. Minha mão direita repousa em cima da base do seu pescoço, deixo um carinho leve na região e percebo os pelos de seu braço, ao meu redor, arrepiarem.

- Bom dia. – Sua voz rouca e baixa ressoa preguiçosamente. Deslizo a mão da base do seu pescoço, coloco-a no meio da sua barriga.

- Bom dia, senhor Quinn. – Sussurro próximo ao seu ouvido. Ainda de olhos fechados e espreguiçando-se levemente, Joseph sorri abertamente.

- Gostei disso. Vai ser complicado escutar você me chamar de "senhor Quinn", sem imaginar o que essa sua boca pode fazer. – Morde levemente o lóbulo da minha orelha, engasgo-me.

- Joseph! – Estapeio levemente seu peito, indignada.

- Brincadeira, meu anjo. – E ali estava, o maldito apelido que faz meu estomago virar várias cambalhotas seguidas. Deposita um selinho em meus lábios e começa a se levantar. Senta-se de costas para mim e ali vejo, pela terceira vez, o estrago que deixei em sua costas.

Diversas linhas avermelhadas espalhavam-se por todo aquele monumento, Joseph espreguiça-se novamente deixando os músculos ainda mais evidentes. E meu interior começa a esquentar.

- Daqui a pouco terá o almoço e então partimos de volta. – Desvio o olhar da visão magnifica e me concentro em encontrar minhas roupas.

- Sim. – Suspira olhando para o chão, admirando o espalhar das nossas roupas. – Nós somos como dois selvagens. – Pega uma muda qualquer em sua pequena mala e passa por mim, deposita um tapa estalado em minha bunda nua. Viro em sua direção, de boca aberta e olhar indignado, mas recebo em troca apenas uma piscadela safada. – Não pude resistir, perdão. – Faz uma careta de culpado e volta a se vestir. Negando com a cabeça começo a vestir-me, enquanto sinto minha nádega latejar.

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- Até que enfim, pensei que vocês nunca mais fossem aparecer! – Mamãe resmunga assim que aparecemos em seu trailer. Vovó já estava ali, sentada à mesa, já posta. O cheiro de comida sendo feita infestava tudo ao nosso redor, meu estômago ronca. – Continua sendo minha menina gulosa. – Sai da frente do fogão, parando frente a mim segurando meus ombros e sorrindo feliz. Retribuo. – Sinto saudades sua, minha menina.

- Eu também sinto mãe, a senhora sabe disso. – Emociono-me abraçando-a apertado.

- Curtiram a festa? Como foi Joseph?

- Eu adorei! É tudo tão emocionante, feliz, intenso... É incrível! – O loiro exalta-se animado, mamãe e vovó abrem um sorriso orgulhosas.

- Você sempre será bem-vindo em nossa comunidade, querido. – Vovó pisca cumplice em minha direção, levemente engasgo-me com minha saliva. Repreendendo-a com o olhar discretamente, escuto a risada baixa de Joseph atrás de mim.

- O almoço está pronto. – Mamãe declara terminando de mexer, seja o que estivesse dentro da panela.

- Graças a Deus. – Sibilo sentando-me à mesa, o loiro acomoda-se ao meu lado conversando com vovó, animado, sobre a festa.

Sobre a noite passada | Joseph Quinn | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora