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S/N P.O.V

Confesso que fazia muito tempo que eu não dormia tão bem quanto dormi naquela noite, e nem era por causa da cama confortável, o travesseiro macio e a coberta cheirosa mas sim o conforto em sentir que eu finalmente estava no caminho certo, sentia que era ali que eu devia estar, desde criança fui apaixonada por música, mas é diferente um sonho de criança e se sentir em casa... Com certeza a S/N de dez anos atrás teria orgulho de mim.

Mas também ficaria confusa na parte amorosa da minha vida, quer dizer, que porra que eu tava fazendo exatamente? Envolvendo-me com a segunda voz da minha banda, imagino a S/N criança em uma vacilação de felicidade e estranhamento.

Acordei às quatro da madrugada com esses pensamentos, fiquei assim até ouvir um barulho, indicando à mim que alguém tinha acordado, espreguicei-me e vesti adequadamente, indo em direção à cozinha que era na onde eu identifiquei o barulho. Sorri ao ver a mulher morena catando os talheres do chão, ela ainda não havia me visto, aproximei-me e agachei para ajudar o que a assustou, fazendo seu corpo tombar um pouco para trás quase caindo, mas eu prontamente peguei na sua mão evitando dela cair, os olhos arregalados em minha direção só me fez abrir mais o sorriso.

— S/N? Não imaginei que acordava tão cedo... — Sua voz estava rouca, o rosto sem maquiagem, os olhos um pouco fechados por ter recém-acordado, as bochechas meio rosadas... E eu amava.

Amava a versão de Maraisa depois que acorda, a beleza natural dela é tão perfeita que eu jurava que aquela mulher era uma deusa grega.

— Normalmente eu não acordo — peguei o resto dos talheres espalhados pelo chão e levantei-me, Maraisa ainda estava meio desnorteada mas acompanhou. — Eu ouvi um barulho, agora entendi o que foi — sorri para ela.

— Você tem sono leve — concluiu, um pouco surpresa.

—  É... — Não queria admitir à ela que eu já estava acordada fazia uma hora, queria deixar aquele momento comigo.

— Minha intenção era fazer um café da manhã pra você... — O tom de voz diminuía a cada palavra, ela estava envergonhada. — Eu queria que se sentisse em casa... Bom mas eu falhei, te acordei bem antes — coçou a nuca, olhando para baixo, aproximei-me dela e segurei em seu rosto, fazendo-a me encarar, conseguia sentir sua respiração.

— Você nunca falha em nada... Podemos fazer o café juntas, acho bem melhor — falei baixo, não precisava de muita altura para ela escutar pela proximidade em que estávamos.

— Achei uma boa idéia — eu vi que os olhos dela não miravam mais nos meus, e sim na minha boca.

— Melhor começarmos, Maiara já já acorda — falei dando risada e afastando dela, percebi quando seus ombros se relaxaram e ela soltou a respiração.

— Você tem razão.

— Sempre tenho — falei em um tom falso de convencida, brincando pra aliviar o clima. A água do café já começava a borbulhar, então coloquei o pó na quantidade certa pra não ficar muito forte nem muito fraco.

— Ah, é? — Ela cruzou os braços e riu em ironia.

— Sim, pra comprovar você vai provar do meu café agora.

— Será um prazer provar... — A pausa que ela deu me fez erguer as sobrancelhas. — Do seu café.

— Maiara e Paulinha vão adorar também — cantarolei, como se não tivesse interpretado sua frase com segundas intenções.

Peguei a mulher no flagra, ela tinha feito de propósito, porque ela me olhou incrédula.

— Você para de graça, em.

Imagine Maraisa (S/N)Onde histórias criam vida. Descubra agora