Livro 2 - Duologia "Caminho"
5 Anos...de um caminho incerto.
Um tempo de alegrias e tristezas. fugi com uma única certeza: fazer de ti a menina mais feliz que eu pudesse.
Mesmo não te podendo falar sobre o teu pai, ou da nossa família que ficou par...
— Papá...— Luz diz bem baixinho, como se tivesse a interiorizar o que estava a ver. Diogo coloca o album na mesinha à nossa frente, levanta-se e coloca-se de joelhos, com braços abertos...— Papá...— Luz corre para ele e abraça-o.— O meu papá...é o meu papá.
E repete esta frase vezes sem conta. É como se ao falar alto, conseguisse assimilar melhor o que realmente estava a acontecer. E ficámos assim: eu com lágrimas nos olhos a observar este encontro lindo, Luz a chorar agarrada ao pai, e o Diogo a chorar por ter finalmente a dilha nos seus braços. De repente sinto o Diogo a puxar-me para o abraço, e ali estávamos nós de repente uma família.
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— Papá, no te vayas... no dejes más a Luz sola...(Papá, nao te vais embora...nao deixas mais Luz sozinha...).
— Luz, em português por favor.
— Deixa. O Papá promete princesa, nunca mais te vou deixar. Nem a ti...nem a mamã.
— Cierto...seremos una familia feliz? Nunca más se separaron? (Verdade...vamos ser uma família feliz? Nunca mais nos separamos?
— Nunca mais...— estava na hora da conversa, era agora ou nunca.
— Luz, a mamã e o papá, precisam falar contigo. Vamos sentar-nos no sofá, os três juntinhos?
— Papá posso ficar no teu colo?
— Claro que sim, mas e a mamã não vai ficar triste.
— Não, pois não mamã. É que...é...— Luz olha para o Diogo e suspira...— O meu Papá...
— A mamã não vai ficar triste. Agora vamos nos sentar?
— Sim, ao colo do papá.— Diogo sorri com a insistência de Luz.
De repente lembro-me de Lucas, e sorrio também. Tal como Luz, ele apegou-se à figura parental que não tinha contacto: à figura de uma mãe. Também ele não me largou ontem, também ele quis fazer tudo ao meu colo. A minha pequena está a fazer exactamente o mesmo.
— Ei! Estás a pensar em quê?— Diogo pergunta-me. Aproximo-me dos dois, que já estão sentados no sofá, e sento-me. Viro-me para os dois que olham para mim, e apenas dou um beijo ao Diogo.
— Mamã...não podes. O papá é meu...— e abraça o pai possessivamente.
— Ciumenta.— olho para Diogo e sorrimos...acho que só sabemos sorrir hoje.— Pipoca, podemos falar?— Luz apenas diz que sim com a cabeça.— Bom, lembras-te que a mãe te disse que o pai trabalhava lá em Coimbra onde eu vivi?
— Sim. Ele ajuda os senhores com doi-doi...
— Isso. Então e lembras-te da mamã te dizer que o papá trabalhava muito e que por isso não te podia vir ver.— Luz apenas acena com a cabeça...— A verdade meu amor, é que o papá até ontem não sabia que tu tinhas nascido, ele não sabia que tu vivias com a mamã.