Capítulo 26

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Luz e Lucas. Lucas e Luz. Os meus tesouros. Os meus filhos. Nada define o que estou a sentir neste momento. Não há palavras. Não há nada. Apenas a imagem que nunca mais me vai sair da cabeça: os dois abraçados, como se sempre se conhecessem. Luz dá beijinhos ao Lucas e este aninha-se ainda mais no abraço da irmã. De repente ouvimos um grito...

 De repente ouvimos um grito

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Pov Madalena

Olhei para Mara que estava ao meu lado, e percebi o que se passava. Miriam iria nascer. Martim começou a surtar do nada com a Mara, e esta com o Martim. Até que para evitar males maiores intervi. Comecei a dizer a cada um deles o que fazer. A primeira coisa que fiz foi tentar acalmar as crianças e pedi ao Matias, que era o mais velho, para ir brincar com o irmão e os primos. O seu olhar perdido foi parar à mãe, que apenas lhe sorriu. 

Foi a vez de tratar dos três adultos à minha frente. Três médicos formados, que sabem perfeitamente que o que está a acontecer, que seria algo que estaria para acontecer em qualquer momento. Segundo o que Martim nos disse quando chegámos, a minha cunhada já estava com contracções desde ontem, seria de esperar que a qualquer momento Miriam desse sinal.

Depois de mandar um Martim completamente em choque e um Diogo meio perdido fazer o que lhes pedi, levei Mara para a casa de banho de serviço cá em baixo. Não ia arriscar subir e descer escadas com ela em parto.

— Ai. Está a doer mesmo muito. Nunca tive estas dores com os meninos.

— Mara, nenhuma gravidez é igual, assim como nenhum parto o é. Acalma-te. Só precisamos de controlar as contracções.

— Como é que consegues estar tão calma? Tu...Tu...AIIII...

— Diogo!? Tempo...

— Ok...— ele tinha ficado à porta da Casa de Banho com o meu relágio para marcar o tempo de uma contracção à outra.

— Já tenho os sacos das duas cá fora.— Diz Martim do lado de fora.

— Certo. Martim, vai buscar algo para a Mara vestir depois do banho, por favor, algo prático.— Não sei se ele foi ou não, mas espero que  sim.

— Aiiiiii....

— Diogo...tempo...

— Três minutos.

Percebo que apesar de ainda estarmos no período em que as contracções estão espaçadas, a dor que Mara sente a está colocar ansiosa de mais. E Ansiedade neste momento, não é bom. Ajudo a vestir-se, mas antes de vestir os boxers (sim, algumas de nós mulheres quando chega a uma certa altura da gravidez usamos boxers, pois torna-se mais comodo para a nossa grande barriga), quero perceber como está a dilatação.

— Mara. Eu preciso perceber como está a tua dilatação...

— Eu confio em ti. Vai em frente...— Mesmo sabendo que não dói, é incómodo, por isso sempre faço questão de perguntar às grávidas que me aparecem meio que uma autorização para fazer este exame.

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