Cap.13

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O breu de antes tomou forma aos poucos, dando uma vaga lembrança a Bang Chan ao se ver parado no meio da rua de um bairro pouco movimentado muito bem conhecido por si. Porém, antes que pudesse reagir, seus ouvidos captura gargalhadas altas que podiam ser escutadas de longe.

Seu corpo acabou se virando para a casa ao lado, onde a figura de fios loiros poder ser reconhecido mesmo estando de costa para o australiano.

Como não reconheceria a própria silhueta?

A sua versão loira batia na porta daquela casa amarela muito charmosa com uma caixa grande em mãos, causando um rebuliço enorme no seu peito por saber bem o que viria a seguir.

Não percebeu quando andou até próximo dele, não deixando de lembrar o quão feliz estava naquele dia, o sorriso não sumia nem por um minuto antes mesmo de entrar em casa.

Pelos céus, não, não, não.

- Papai! - E lá estava o tom animado de sempre.

- Sooyeon... - A voz sussurrada do australiano soou em meio a dificuldade de pronunciar esse nome sem sentir a voz embargada.

Raios, não queria lembrar...

A porta aberta pela senhora de idade deu a visão da pequena Sooyeon surgindo correndo do fim do corredor que dava aos fundos da casa, com seus fios castanhos desarrumados em um rabo de cabelo que antes parecia bem feito.

Mas Christopher lembrava bem desse dia, lembrava tanto que chegava a doer de saudades.

- Sooyeon! - A chamou em plenos pulmões ao avistar o sorriso largo, mas parecia que eles não podiam o ver e nem ouvi-lo, pois logo o loiro passou por si como se nem estivesse parado no meio do caminho, ultrapassando seu corpo como se fosse um fantasma.

- Papai, a vovó disse que o senhor não chegaria cedo hoje. - E os bracinhos curtos da garota apertou as pernas do seu eu loiro, que tentava esconder inutilmente uma caixa grande atrás do corpo.

Sua respiração falhou e as mãos se esticaram.

- Meu amor, eu sempre vou vir 'pra você.- Christopher apressou os passos até estar agachado ao lado da mais nova, com as mãos tremendo ao tentar acariciar os fios castanhos da filha e não sentir nada. - P-Papai está aqui, bebê. Nunca... Nunca abandonaria você. - Por Deus, seus batimentos cardíacos estavam tão acelerados que chegava a deixá-lo com dor e falta de ar. - Me desculpe, Sooyeon. P-papai falhou com você. - Sua voz carregada pelo choro soava baixinho para a garotinha, que o ignorava por não vê-lo.

Por favor, olhe para mim.

- Hey, amorzinho, eu prometi que viria, não prometi? É uma data especial. - A sua própria voz soou logo ao seu lado, lembrando bem que deixaria a caixa de lado para se abaixar e aperta o corpo frágil da sua pequena guerreira, que cativava a todos com o seu jeito imperativo e carinhoso com os demais. Christopher daria tudo para ser abraçado novamente daquela forma por sua garotinha. - Estive com tantas saudades, Yeon. - Suas lágrimas começaram a escorrer ao escutar a risada única quando ela teve o rostinho corado e suado segurado pelo loiro, que selava as bochechas gordinhas.

A lembrança era nítida para Bang Chan, mas doía tanto ter que reviver daquela forma, onde sequer podia ser visto.

Seu choro soou alto quando Sooyeon se afastou de seu peito para dizer as quatro palavrinhas que falava todos os dias em que chegava cansado do trabalho.

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