cap. 23

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— Pronto? – Hyunjin poderia dizer que nem o tom divertido de Jisung poderia acalmar seu coração agitado ao se ver diante daquela situação.

— Você acha que vai dar para saber hoje? – Sua voz era ansiosa enquanto levantava o tecido pesado do moletom que usava, apertando os dedos e os lábios em um sentimento que o deixava eufórico.

— Vai dar se eles colaborarem, não é bebês? – Jisung murmurou rouco, pedindo licença para encostar o aparelho com o gel na barriga do outro. – Oh. – O Han sorriu para a tela da ultrassonografia, movendo o aparelho mais para o lado atrás da outra figura tímida.

Hyunjin olhava da tela para Jisung, mordiscando os lábios porquê não entendia nada, mas se sentindo mais calmo por avistar a imagem de seus bebês um pouco maior do que se lembrava.

— Doutor Han, fale logo! Meu coração não aguenta tamanha ansiedade. – Um suspiro saiu dos seus lábios e seus dedos afrouxaram o tecido que apertava com todas as forças.

— Parabéns, Hyunjin, é um casalzinho. – Jisung virou o monitor para o Hwang, travando a imagem para que ele pudesse avistar melhor enquanto apontava. – Seu garoto parece bastante tímido e quase não me deixou ver, mas ele foi generoso com a ansiedade do papai. – O Han parecia tão ou mais empolgado que o próprio paciente, mas não se importava.

Isso porquê não tinha nada mais motivador para si como médico do que poder avistar o alívio e felicidade nas feições de quem atendia.

Ele amava o que fazia.

— De jeito nenhum, Han. – Hyunjin comentou empolgado, sorrindo tanto que sentiu as bochechas doerem. – Eu queria tanto um casal. – Ele murmurou mais baixo, mas ainda mantendo o riso nos lábios.

Seus olhos ficaram brilhantes, mas não fazia menção de choro. Estava apenas emocionado.

— Quer ouvir o coração? – Jisung teve uma resposta não verbal quando o outro acenou várias vezes.

Quando o som embaralhado e rápido ecoaram pela sala, Hyunjin choramingou baixo.

— Eles estão bem? – A preocupação evidente em sua feição rendeu mais um sorriso nos lábios do Han.

— Vamos ver isso agora, mas deve estar tudo bem se você fez o que indiquei. – Jisung retirou um lenço descartável para o outro depois retirar uma impressão da imagem dos bebês. – Como você vai viajar, tem que me prometer que vai se cuidar nessa semana, entendeu? Porque quando voltar, espero que nada esteja alterado. – Era inútil dizer que aquela frase nada mais era que uma repreensão.

Hyunjin tinha a errada mania de pular refeições, mesmo com Jisung em seu pé o alertando sobre os perigos.

Era engraçado ver que o gestante tinha a certeza de que o seu medico não saberia se ninguém o contasse.

Porém, não era o que acontecia todas as vezes que Jisung fazia os exames.

— Eu prometo. – Ele respondeu com firmeza, sorrindo quando pegou a primeira foto dos seus gêmeos.

Passou a ponta dos dedos no papel, sentindo o coração sofrer um solavanco antes de disparar em um sentimento que vinha tomando espaço dentro de si aos poucos.

Foi como se esquecesse todas as preocupações e responsabilidades que passou a ter desde que descobriu que seria pai de primeira viagem e se focasse apenas em como seria ter seus filhos no colo.

Imaginou como seria se puxassem seus traços. Se seriam calminhos ou barulhentos como ele próprio foi quando renascido — quando sua mãe estava grávida do segundo filho, pedia aos céus para que o bebê não fosse como o irmão.

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