Viver em uma Inglaterra ditatorial não é algo exatamente fácil, injustiça, autoritarismo e violência são partes da rotina de Louis Tomlinson, um adolescente surdo em seu último ano de escola.
Ele odeia militares, mas infelizmente vive no mesmo loca...
"Eu conheci um menino quando era pequena, loiro com olhos avermelhados. Ele tocava bateria na banda marcial, seus pais se importavam mais com a Bíblia do que serem bons para o próprio filho"
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Tantos anos no internato definitivamente me fizeram perder a capacidade de ficar sem ter o que fazer, a falta de uma rotina rígida é o que mais me faz falta. Eu acordo cedo, cerca de duas horas antes da escola, meu corpo habituado aos horários do internato militar. A primeira delas dedico a me exercitar, recebendo o olhar aprovador de meu pai ao sair para trabalhar e me ver mantendo a forma que consegui no internato. Já a segunda passo com Rosie na cozinha, a ajudando preparar o café da manhã enquanto conversamos.
Eu não preciso mais frequentar a escola, terminei minha formação de nível médio na escola militar, o fato de meu pai ter movido seus pauzinhos e conseguido minha transferência seis meses antes do que geralmente a maioria dos alunos ingressam, contribuiu para eu me formar mais jovem. Mas eu e mamãe conseguimos o convencer que seria bom para mim frequentar por esses últimos meses a escola de civis, argumentando que seria uma boa experiência, além de impedir que eu ficasse o dia inteira mofando em casa.
Então, graças a isso, pela primeira vez na vida eu desfilo por um colégio comum. Honestamente, há muitas coisas em comum com meu antigo: cantar o hino nacional e à bandeira, manter a ordem e disciplina, respeitar aos mestres. Entretanto, a maior diferença com certeza é ter aula com professores comuns, não militares com licenciatura. A aula é mais leve, eu diria, definitivamente é menos tenso ter aula com uma professora, não com um militar que gritaria com você se simplesmente desviasse os olhos do quadro por um segundo e te faria fazer trinta flexões na frente da sala inteira.
O conteúdo não é muito diferente, ao contrário do que imaginei. As aulas são complexas, os professores usam termos técnicos que preciso me esforçar para achar em minha mente, as listas de questões sendo compostas por aquelas de mais alta dificuldade.
A minha aula preferida, com toda certeza, definitivamente é a de história. É bonito ver a forma que os militares desde os primórdios, quando a monarquia ainda reinava nesse país, deram a vida em nome de nossa democracia, lutando contra Charles I, um tirano que matou e perseguiu qualquer um que fosse contra a opinião dele.
Graças a Oliver Cromwell, um incrível militar que colocou Deus para guiar todas suas vitórias, inclusive aquela contra a monarquia, a tirania e autoritarismo foram abolidos de nosso país: Charles I foi decapitado com sua coroa na cabeça, desde então os militares lutam para que jamais alguém tão mesquinho ou com uma coroa na cabeça volte ao poder, mantendo nossa república à salva das mãos de qualquer um que tente ferir nossa pátria.
Eu suspiro ao fim da aula de educação moral e cívica, me despedindo da minha professora e dos amigos que fiz, que reforçam o convite para a festa que rolará no final de semana.
