epílogo

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"Minha mão foi a que você buscou durante toda a Grande Guerra, sempre se lembre, nós queimamos para melhorarmos, eu juro que sempre serei seu, porque sobrevivemos à Grande Guerra"

"Minha mão foi a que você buscou durante toda a Grande Guerra, sempre se lembre, nós queimamos para melhorarmos, eu juro que sempre serei seu, porque sobrevivemos à Grande Guerra"

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— Meu nome é Louis Tomlinson, eu tinha vinte e cinco anos quando fui torturado pelo Coronel Styles e o sargento Peixoto no centro de defesa interna. Fui sequestrado durante uma manifestação pacífica e levado até lá, onde durante uma semana passei pelos mais diversos tipos de tortura, sendo a mais frequente as executadas na cadeira de dragrão. Eles me submetiam a choques constantes, desde as pontas das orelhas até minhas partes íntimas. Tentaram, também, me torturarem psicologicamente, inseriram drogas em meu corpo para forçarem eu confessar crimes que não cometi e delatar amigos. 

A minha voz ecoa pela enorme sala repleta de madeira, desde as pilastras até as mesas, em que nas principais em frente a mim estão o juiz e outros magistrados. Atrás de mim há cadeiras onde algumas pessoas acompanham meu depoimento, enquanto eu permaneço sentado na mesa pequena destinada às testemunhas e vítimas.

— Como o senhor sabe que foram eles que te torturaram? — o juiz questiona, sendo uma típica pergunta, já que muitos torturadores não foram identificados por usarem codinomes durante os atos e impedirem que as vítimas vissem seus rostos.

— O coronel Styles nunca fez questão de usar codinome ou esconder seu rosto, eu o reconheci porque minha mãe trabalhou na casa dele e o vi algumas vezes de longe, além disso, o sargento o chamava o tempo inteiro pelo sobrenome. Ele, o sargento, usava codinome, soube de sua real identidade por intermédio de Harry. 

—  Harry Styles, o filho de um dos acusados, correto? — o mesmo homem questiona, checando por um instante os documentos sobre sua mesa. — E seu marido?

— Harry Tomlinson, agora — corrijo, sabendo o quanto ele odeia o sobrenome paterno.

Anos atrás, pouco depois de passarmos a morar juntos, meu antigo amante em um dia me questionou baixinho sob os lençóis se pretendia mesmo me casar com ele, se falava sério. Eu obviamente confirmei, mas percebi que suas inseguranças não eram quanto a isso, mas quanto outra coisa também.

— Posso ter seu sobrenome? — ele murmurou, inseguro, com seus olhos verdes nos meus. — É quê… Styles ficou muito ligado a torturadores, a mídia divulgou amplamente os casos de meu avô e pai, destacando a linhagem de militares opressores. Mas não sou como eles, Lou, me sinto constrangido toda a vez que tenho que  dizer meu sobrenome. Tudo bem se não quiser, e-eu s-só pensei…

— Amor — eu o interrompi, tocando seu rosto com minha mão. — Está tudo bem, respire. É claro que pode, assim que nos casarmos suprimiremos Styles do seu nome, depois entraremos com um processo legal para eu adotar Mary legalmente e assim seremos uma família com o mesmo sobrenome. Será perfeito — eu garanti, sorrindo para ele,

— Certo, Harry Tomlinson, então, me conte o envolvimento dele nessa história. Ele te torturou também?

— Não, de jeito nenhum, nunca. Ao contrário, ele me deu alimento e medicamentos para me manter vivo nas condições insalubres que estava, me ajudou a forjar minha morte, para que assim pudesse fugir da perseguição dos militares.

The Red Sound I l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora