13. "exagerado"

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"Amor da minha vida, daqui até a eternidade, nossos destinos foram traçados na maternidade"

Harry e eu estamos indo rápido demais.

É isso que penso conforme ele pressiona seus lábios contra os meus, nós dois ofegantes, espremidos em uma cabine do banheiro masculino do terceiro andar, cujo ninguém frequenta quando estão liberados para estarem no pátio.

Ele geme contra minha boca, puxando os cabelos em minha nuca, os gemidos baixinhos que escorrem pelos seus lábios vibrando nos meus.

- Harry, precisamos voltar. - Ele engole sua saliva com força, concordando com a cabeça. Mas não se afasta, permanece dando beijinhos doces pelo contorno da minha mandíbula.

Eu sorrio, retribuindo os beijos carinhosos, sentindo ele se tornar mole em meus braços, a expressão manhosa adornando seus traços, os lábios moldados em um biquinho, suas bochechas coradas e úmidas pelos beijos molhados que deposito nelas.

- Vamos lá, não seja dengoso, precisamos sair antes que o sinal toque.

- É tão bom, Lou - ele resmunga, se afastando um passo, simplesmente para desistir e no segundo seguinte voltar a me agarrar mais forte. - É tão injusto não podermos ficar simplesmente abraçados no intervalo, aposto que em outros países os adolescentes podem simplesmente abraçar seus namorados quando não estão em aula.

- Se revoltando com o regime simplesmente por que não pode me abraçar no intervalo? - eu o provoco, deslizando sutilmente a ponta do meu nariz pela do seu. - Era esse incentivo que precisava para sentar no colinho do fantasma do comunismo?

- Eu só odeio a militarização dessa escola, parece meu internato, sequer podemos nos encostar direito, compartilhar qualquer mínimo afeto, isso só serve para nos tornar deprimidos e hostis com outras pessoas.

- Já que é igual seu internato, você não deveria se incomodar tantos - eu suponho, acariciando sua bochecha vermelha e quente.

Ele está praticamente escorado sobre meu peito, se tornando mais baixo que eu graças à postura largada. Seu queixo apoiado em mim se angula até ele me olhar melhor, os olhos verdes erguidos enlaçados aos meus.

- Eu estudava em uma escola de preparação para futuros soldados, Lou, todos lá queriam entrar no exército, serem militares. Aqui é uma escola de civis, cujo a maioria não quer passar nem perto de toda hostilidade do exército. Não é justo que vocês tenham que manter os cabelos em corte militar, seguir regras extremamente rígidas e serem punidos com violência e hostilidade em qualquer mínima infração.

- Fazer o que se a sociedade acha mesmo que a solução para todos problemas é meter os militares no meio, inclusive na educação. - Eu dou de ombros, exausto de questionar sobre o quão problemática essa escola é. - Vem, precisamos ir, juro que quando chegarmos em casa curo todo esse seu dengo.

The Red Sound I l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora