Viver em uma Inglaterra ditatorial não é algo exatamente fácil, injustiça, autoritarismo e violência são partes da rotina de Louis Tomlinson, um adolescente surdo em seu último ano de escola.
Ele odeia militares, mas infelizmente vive no mesmo loca...
"Não vem agora com essas insinuações, dos seus defeitos ou de algum medo normal. Será que você não é nada que eu penso? Também se não for, não me faz mal, não me faz mal não. Noite e dia se completam no nosso amor e ódio eterno, eu te imagino, eu te conserto, eu faço a cena que eu quiser. Eu tiro a roupa pra você, minha maior ficção de amor, e eu te recriei só pro meu prazer, só pro meu prazer"
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Eu olho para meu certificado do programa de resistência às drogas, lentamente retiro o quadro da parede, suspirando chateado. Mesmo que não estivesse com o IC, saberia que Harry gargalha atrás de mim, debochando da culpa que carrego por ter comido aqueles doces. É sete da manhã e nem mesmo assim ele pega leve comigo, exibindo o vídeo que gravou de mim descendo por debaixo da cordinha, que por sorte ele estava tão chapado que não virou a câmera para a traseira e filmou apenas ao seu rosto bonito rindo.
- Tudo bem ter comido alguns docinhos com maconha, baby, não é como se você tivesse fumado, pode manter seu diploma na parede - ele tenta me consolar, me dando abraços apertados.
- Até parece, eu não resisti Harry. Não sou mais digno desse certificado - pesarosamente coloco o quadro em uma gaveta, suspirando baixinho triste. - Não vai se arrumar para ir à escola?
- Não, vou faltar hoje.
- Você não pode, sabe que faltas sem justificativa são proibidas.
- Sei falsificar a assinatura do meu pai na advertência. - Eu olho em repreensão, segurando suas mãos enquanto digo:
- Não dê motivos para seu pai ser cruel com você Harry, sabe o quanto odeio te ver machucado. Vamos à escola, se arrume.
- Ele é mau comigo de qualquer jeito Louis, até mesmo quando me esforço para agradá-lo. Melhor ser punido com razões, do que sem elas.
Eu observo seu rosto destemido, frustrado por não poder arrancar essa rebeldia intrínseca à sua alma. Caso pudesse fazer isso, tenho certeza que poderia poupar ele de muitos machucados da vida. Mas, talvez, como efeito colateral me desapaixonasse por ele, já que sua alma em chamas é uma das coisas que mais amo em sua personalidade.
- Eu te ajudo a falsificar, vamos garantir que fique o mais perfeito possível para que você não se meta em encrenca, meu rebeldezinho sem causa.
- Ainda... um dia serei um rebeldezinho com causa e te deixarei muito orgulhoso.
◇◇◇
A escola em geral é um saco, se tornando um ainda maior quando meu melhor amigo falta. Zayn nunca faltou antes, é a primeira vez em anos, por isso tal fato me deixa preocupado. Eu termino de arrumar meu material o mais rápido que posso assim que somos liberados para sair, batendo impaciente continências aos militares que estão hoje observando o que é ensinado nas salas de aulas.
Inevitavelmente ao ver as fardas, minha mente me recorda que meu namorado um dia estará vestindo uma delas. Em geral, tento não pensar muito no futuro de Harry, no que ele se tornará, evitando a ideia que um dia ele se corromperá ao poder e se tornará como todos os outros: maus e corruptos. Eu não acho que meu namorado possa praticar os atos cruéis que os militares fazem, mas como ele pode evitar? Será uma questão de sobrevivência, uma hora ou outra no exército seu caráter será corrompido e ele compactuará com os atos de seus colegas de profissão. Eu só peço a Deus que ele não se torne um torturador, eu jamais conseguiria lidar com o fato que meu primeiro amor se tornou um.
