Tentacion | Aron Piper

20

Yara

— que bom que gostou mamãe, fiz pensando em você!- digo sorridente para a mais velha que retribui o sorriso.

Fiz cookies para trazer pra ela já que a mesma na última visita disse que estava com muita vontade de comer cookies.

Pedi para meu pai vir comigo já que minha mãe estava triste e reclamava do mesmo a visitá-la poucas vezes.

Oque ele faz nesse trabalho que não tem mais tempo nem para a própria família?

Se é que ele está no trabalho né.

Mas não quero que isso afete a recuperação de minha mãe.

Ela está se esforçando para voltar para casa.

Ter uma decepção como essa não lhe fará bem.

Estou decidida de que hoje irei saber oque meu pai anda fazendo em suas "horas extras " de trabalho.

— como estão seus avós?- pergunta.

— eles estão loucos para lhe visitar, só não vieram comigo hoje porque as visitas só podem duas pessoas e seríamos quatro, mas amanhã com certeza eles vem lhe visitar.

— mande lembranças para eles, diga que estou os esperando.- a mais velha diz soltando um sorriso radiante.

A encaro por alguns segundos e me sento a sua frente na maca.

Levo minha mão direita até um fio de cabelo solto em seu rosto e o prendo atrás da orelha.

— você está se recompondo aos poucos mamãe, que bom vê-la mais saudável.- digo.

minha progenitora sorri para mim e leva sua mão até o meu rosto, assim como fiz no dela.

— você está muito linda minha filha.- diz por fim.

uma lágrima escapa de meus olhos e sorrio emocionada com o nosso momento emotivo e carinhoso.

Acho muito bom minha mãe estar se recuperando, em breve terei ela em casa convivendo com a família toda, ela está sendo muito forte.

Assim que saio do hospital, mando uma mensagem para Ester confirmando de que trabalho até mais tarde hoje e não poderei ir pra sua casa.

A mesma responde minutos depois um ok.

Me apresso a andar pelas ruas para ir diretamente para o trabalho.

Assim que chego ao local já haviam diversos pedidos acumulados para organizar.

Consegui organiza-los perfeitamente e solto um suspiro de alívio ao ver que meu horário de trabalho está no fim.

O sino da entrada toca avisando que havia mais um cliente.

estou concentrada limpando o balcão prestes a começar a falar.

— sinto muito mas já encerramos por..- paro de falar assim que reconheço a pessoa a minha frente.

— sua avó disse que estaria aqui...

— meu Deus, Hardin!- saio às pressas de tras do balcão para abraçar o rapaz que me corresponde.

— espero não estar atrapalhando seu trabalho.- diz o rapaz com um sorriso.

— não que isso, já estava de saída.- digo ainda com um sorriso radiante.

— eu estava aguardando por isso, vim te buscar para darmos uma volta na cidade, e você me atualizar das coisas.

Sorrio de lado para Hardin que mantém a expressão mais calma e amigável.

Como ele está bonito!

— então vamos!- digo animada.

Retiro meu avental e bato meu ponto apressada enquanto o rapaz me esperava.

Assim que saímos da cafeteria e seguimos até seu carro.

Finalmente alguma coisa boa acontece nessa minha vida, com certeza Hardim vai me tirar toda agonia e estresse desses meses apenas com sua presença.

Hardin é um amigo de infância que tive, eu e ele éramos inseparáveis, mas ele teve que se mudar com sua família para outro estado então daí nunca mais o vi.

Lembro que depois que ele foi embora eu passei duas semanas deitada na cama sem vontade de fazer nada.

Não nos víamos desde quando tinhamos 10 anos.

confesso que ele esta muito atraente agora, o tempo só lhe fez bem.

Sem falar que foi muito educado e muito divertido comigo durante o caminho inteiro para minha casa.

Íamos a algum restaurante mas minha avó fez questão de preparar um jantar especial para ele.

Assim que comemos, e conversamos com meus avós resolvemos ir até o quintal de minha casa, onde costumávamos brincar.

— esse lugar não mudou nada!- diz o rapaz analisando todo o ambiente.

Me sento no balanço e Hardin senta ao meu lado no segundo balanço.

O rapaz me olha com um sorriso de canto e nega com a cabeça como se estivesse lutando com seus pensamentos.

— Estou muito feliz de você estar aqui.- digo carinhosamente.

— eu também, voltar para a minha cidade e ver você novamente está sendo algo intenso pra mim.

— senti a sua falta por duas semanas.- digo rindo.

— eu senti a sua por 8 anos.- Hardin diz com um olhar indecifrável sobre os meus.

um pequeno choque de arrepio corre por meu corpo.

Nós encaramos por alguns instantes antes de eu desviar o olhar para qualquer canto do quintal.

— você está linda Yara, eu já imaginava que seria.- pronunciou no silêncio.

Volto a encara-lo sem jeito.

— você também não está nada mal.- brinco e o rapaz ri.

— espero que agora possamos terminar nossa cerimônia de casamento com nossos anéis de bala de goma em baixo da árvore da sua avó.- brinca.

— com certeza, dessa vez sem interrupções.- digo ainda rindo.

E como o esperado, Hardin salvou todos os meses ruins com apenas um momento.