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Yara

eu e Aron nos entreolhamos e assentimos logo seguindo o senhor Piper.

Entramos em um escritório e eu por último fecho a porta da sala, abafando o som que tocava no evento.

Senhor Aron caminha até a mesa de vidro que há no centro da sala e se apoia nela, nos olhando.

O mais velho solta um suspiro pesado antes de começar.

— você é idiota ou oque?

Aron franze as sobrancelhas confuso.

— oque eu fiz agora?- o rapaz parece entediado como se já passasse por estes sermões sempre, como rotina.

Eu realmente não duvido de que seja uma rotina mesmo.

— você é um idiota ou oque? Vir atrasado para a reunião mais importante da sua vida e ainda trazer uma puta com você!- no mesmo momento que ele me cita como tal, fecho a cara e o encaro indignada, porém me mantenho firme, afinal estou aqui como convidada e tenho educação.- está pensando mesmo que a vida é brincadeira né Aron? Agir como um adolescente rebelde não vai mais funcionar comigo! Estou de saco cheio de você sendo irresponsável!

— calma ae! Eu não controlo a merda do trânsito desta cidade e Yara não é uma puta! Terceiro que você acha que o mundo gira em torno de você e sempre age como se todos tivessem que te seguir e te adular como cachorrinhos. Quem já está cansado dessa merda toda sou eu! Todo santo dia você enchendo a porra do meu saco, tentando me obrigar a seguir a merda dos seus passos! Mas pergunta se alguma única vez perguntou do oque eu gostava ou tentar me conhecer de verdade! Nunca.

Aron parece estar a um ponto de explodir de tanto falar, seus punhos estão fechados e seus dedos estão brancos de tanto aperto.

— age como se eu quisesse estar aqui, se quer que eu seja um filha da puta como você, então não haja como eu quisesse estar, porque se dependesse de mim, eu nem estaria aqui.

Um silêncio se instalou na sala por alguns segundos até senhor Piper levantar e ajeitar seu paletó e logo sair da sala sem dizer uma palavra, porém com o semblante furioso.

encaro Aron que parecia muito tenso

— está tudo bem?- pergunto.

o rapaz apenas murmura um sim e caminha até a porta, parando na frente da mesma e se virando para me encarar.

o encaro confusa quando o observo trancar a porta.

— não devemos ir junto a seu pai?- pergunto  ainda confusa.

Aron me encara ainda parado a frente da porta, me olhando de cima a baixo, seu semblante sério se torna cínico e malicioso.

O rapaz caminha até mim e logo estamos frente a frente, um sentindo a respiração do outro.

Meus olhos encontram seu castanho que posso jurar que estão mais vibrantes com um belo toque avermelhado.

Aron me puxa pela cintura para colar nossos corpos e solto um suspiro com o movimento inesperado.

A conexão que temos ao nos aproximar é algo surreal, me sinto tão incontrolável quando estou tão próxima dele.

Tentacion | Aron PiperOnde histórias criam vida. Descubra agora