Capítulo nove:🇮🇹 Bom menino!🇧🇷

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Todos estavam assentados a mesa. Salvatore na cabeceira, e todas as mulheres da casa a sua direita. O almoço já havia sido servido, e como acompanhante, um bom vinho italiano. O clima parecia tenso, pesado, mas nenhum de nós ousaria questionar nada.

- Figlio, per favore me passe o molho! - Giulia diz ao filho quebrando o silêncio.

Salvatore lhe passa a tigela e o silêncio volta a predominar. Até que Carlo, surge vindo de alguma parte da casa, parecia tenso, agitado mas contido e muito nervoso.

- Senhor, temos um problema! - ele diz.

- Depois resolvo seja lá o que for!  - ele diz levando o garfo a boca.

- Senhor... - Carlo insiste.

- O QUE HÁ DE TÃO URGENTE? - Salvatore brada.

Ok, aquilo foi estranho. Ele levava muito a sério as refeições.

- Desculpe senhor mas, conseguimos apanhar um dos homens do James que, matou a senhora Sara! - Carlo diz claramente incomodado.

- O quê? - pergunto num misto de sentimentos que nem sei como descrever.

- Certo! - Salvatore diz ao limpar a boca com o guardanapo e se levantar.

- Onde você vai? - pergunto me levantando também.

Noto que todos me olham surpresos. Salvatore ainda mais.

- Vou resolver isso! - ele diz.

- Quero ir junto! - digo prontamente.

- Isso no é assunto para você! - ele retruca.

- Salvatore, é a minha mãe! - digo.

Vejo ele respirar pesadamente.

- Está bem! - ele diz.

Noto o espanto em todos se tornar ainda maior.

- Venha! - e aí dizer isso ele começa a andar para fora dali.

Eu e Carlo o seguimos para o escritório. Não consigo entender o motivo de irmos para lá,  certamente o criminoso não está nos esperando lá. Mas então, entramos no escritório e Salvatore segue até a estante de livros que ficava ao canto da sala, ele puxa a estante para o lado sem nenhuma dificuldade como se.fosse fácil fazer aquilo e uma passagem secreta é descoberta ali, bem diante dos meus olhos.

Salvatore entra pela a passagem e Carlo espera eu passar, ao entrar, Carlo fecha novamente a passagem e assim seguimos por um túnel iluminado. Andamos alguns metros pelo o corredor até chegar a uma porta.

- Tem certeza de que quer ver isso? - Salvatore pergunta para mim ao parar diante da porta. 

Faço que sim. Eu precisava.

Salvatore abre a porta e entramos.

Vejo diante dos meus olhos uma enorme sala. A três homens lá dentro e sentado numa cadeira completamente amordaçado bem no centro da sala, um homem que aparentemente estava bastante machucado.

Salvatore se aproxima dele e o vejo retirar sua jaqueta de couro preto e a colocar sob uma mesa no canto. Ele anda até o homem que já está com o rosto completamente machucado. Sua expressão era de dor. Com certeza ele apanhou muito ali.

- Como se chama? - Salvatore pergunta.

- Marco, senhor! - o homem responde num tom de voz contido, como se estivesse com dor e sentisse respeito por quem estava ali.

- Marco, por que fez isso? Por que a matou? - Salvatore pergunta com uma paciente na voz invejável.

- Fui mandado, no sabia que ela era sua, parente! - o homem responde sem olhar diretamente para Salvatore.

- Si! A senhora Sara era minha futura sogra. Você sabe o que faço com quem mexe com os meus no sabe?!

- Si, senhor! - o homem diz baixinho.

- Mas antes, acho que, você deve uma explicação a filha dela. Afinal, se Io no tivesse aparecido, você teria matado minha futura esposa! - Salvatore diz me olhando.

Eu simplesmente me  sinto paralisada. Não consigo me mover, não consigo dizer nada, nem sequer pensar em algo. Meus olhos não acreditam no que vêem.

- O senhor James quer vingança. Quer vingar sua irmã, eu só cumpri ordens! - o homem diz me olhando. Sinto verdade e arrependimento em sua voz.

- Certo! - Salvatore diz.
- Onde posso encontrar o outro? O seu comparsa?

- Ele se chama Bruno. Trabalha diretamente para James! - o homem diz encarando o chão.

- Bom menino! - e ao dizer isso, vejo Salvatore tirar do cós de sua calça social preta uma arma.

E com um tiro certeiro bem no meio da testa, ele elimina a vida do homem.

- Limpem isso! - ele ordena aos homens que ali estavam. E em seguida coloca sua arma novamente no cós da calça.

Estou paralisada. Imóvel.

- Vamos Rafaella! - ele diz ao se aproximar.

O sigo. Nada digo, apenas o sigo como se estivesse no piloto automático. Saímos do túnel e entramos novamente no escritório. Apenas eu e ele. Salvatore me olha atentamente, como se percebesse minha situação só então.

- Rafaella, eu... - ele se aproxima.

- No! - digo. Ele para.

Lágrimas começam a brotar dos meus olhos. Sinto o medo e a dor me dominar. Olho para Salvatore pela a última vez e então saio daquele escritório correndo, o mais rápido que posso. Eu precisava fugir dali.

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