Capítulo onze:🇮🇹 Tocada🇧🇷

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Após o beijo, Salvatore me olha, e vejo em seus olhos um brilho novo, único, diferente. Talvez, eu visse em seus olhos o brilho refletido dos meus.

- Rafaella...

- Salvatore. - o corto.
- Quero que me promete algo!

- Si! - ele diz.

- Quero que me prometa que vai encontrar o outro homem envolvido na morte de minha mãe, e quero que o deixe vivo para mim, quero eu mesma me vingar do que fizeram! E enquanto ao mandante, a James, quero que também o deixe para mim, no momento certo eu me vingarei, um a um!

Salvatore sorri. Aquela era a primeira vez que eu via em seus lábios as marcas de um sorriso.

- Do que ri? - pergunto.

- De uma frase que meu tio Pepe sempre costumava dizer a mim! - fico surpresa.

- Frase? - pergunto.

- Ele dizia: "Salvatore, o sangue que circula nas veias dos Torantinos nos une!"

Fico confusa.

- O sangue fala mais alto. Tu tens o mesmo senso de justiça, de vingança que qualquer um de nós! O sangue nos une! - ele conclui.

O olho atentamente e é aí que percebo, não havia semelhanças físicas entre nós, mas o sangue que nos unia era mais forte do que qualquer traço familiar.

- Me prometa! - insisto.

- Io prometo, Rafaella!

Sorrio em resposta.

Salvatore e eu começamos a caminhar um ao lado do outro, indo de volta para a casa.

🎤

Enquanto Giovanna, a irmã de Salvatore faz uma pequena lista dos mais chegados da família para o casamento, sentadas sob o mesmo sofá, eu e Giulia, a mãe de Salvatore, tentamos entrar em um acordo.

- E os pombos? No me diga que também no os vai querer na cerimônia? - ela pergunta após eu cancelar muitas de suas ideias.

- Dona Giulia, acredito que pombos e pétalas caindo do céu seja um tanto, extravagante para nós! A cerimônia será simples, íntima. Vamos manter assim! - tento ser gentil.

Ela parece insatisfeita.

- Como queria! - ela se dá por vencida, finalmente.
- Podemos fazer um caminhão de pétalas de rosas vermelhas pela a grama do jardim, ficará muito bonito.

- Sobre o local da cerimônia, fiquei sabendo que no povoado existe uma pequena capela, se for possível, gostaria que a cerimônia fosse realizada lá! - digo.

Ela me olha atentamente.

- Na capela? - sua pergunta é direta. Ela parecia em choque.

- Si! Há algum problema que seja lá? - pergunto.

- Bene, mio figlio é o don, o chefe, no pode se casar assim, num lugar tão... Simplório! Entendo que você tenha um estilo mais, simples, mas, você precisa saber com quem está casando, e se adequar ao nível de mio figlio! - ela me repreende.

Respiro fundo, era isso ou avançar no pescoço cheio de colares dela.

- Buona serata! ( Boa noite).- a voz de Salvatore se faz ouvir.

Ele entra na sala e se senta a nossa frente na poltrona.

- Mio figlio, chegou em boa hora! - a falsa compadecida diz.
- Io estava dizendo a tua noiva que, una cerimônia na capela é um pouco simplória demais. Afinal, você é uma pessoa importante aqui, no podemos realizar essa cerimônia lá! - reviro os olhos.

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