4| Rastros

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3 anos depois...


MELINA CAMINHOU rapidamente na direção de Max, que havia acabado de chegar de uma chamada. A loira tinha a pior das expressões e enquanto vinha a seu encontro, entregou um pacote que carregava a um dos agentes que entrava logo atrás dela. Melina não pôde ver o que ela havia entregado e por isso assim que estava próxima o suficiente, perguntou:

— Então, o que temos?

— Um galpão cheio de notas falsificadas manchadas de sangue e um cenário caótico. – Respondeu Max, já se sentando em seu lugar – Aliás, por que não apareceu?

— Fiquei presa no trânsito, me perdoe. Mas não entendi porque fomos chamados, se era um cenário repleto de sangue a divisão de homicídios que deveria cuidar do caso e não nós.

— Seria somente eles, se não fosse pelas notas falsas que, aliás, nós estamos tentando rastrear o dono há eras.

— Mas que merda. – Esbravejou Melina, se sentando em sua própria mesa – Recolheram as notas?

— Sim, entreguei para o Spencer.

— Vou dar uma analisada.

Rapidamente ela correu atrás do agente, o seguindo para a sala de provas e mal esperando que ele colocasse a caixa em cima da mesa para vestir as luvas e começar a analisar as notas recolhidas. Colocou uma luz especial sobre elas e com o cenho franzido analisava uma por uma, estranhando como um certo traço lhe parecia extremamente familiar. Desviando os olhos por alguns segundos, se voltou para Max que estava sentada em um canto, mexendo no celular e questionou:

— Delyon ainda está preso?

Max levantou os olhos lentamente da tela do celular, encarando Melina com uma expressão confusa. Usando um tom óbvio, respondeu:

— É claro que está, ele foi condenado a dezoito anos.

— Não é isso que quero dizer. Tem certeza que ele continua preso?

— Melina, ele está em uma prisão de segurança máxima. Não há como sair.

— Estamos falando de Dorian Delyon, Max.

— E estamos falando da penitenciária mais segura do país também. Por que essa questão justo agora?

Melina se voltou novamente para as notas e as deixou sobre a mesa, apoiando ambas as mãos ali e bufando contrariada. Se voltou para Max novamente e encostou o quadril na mesa, cruzando os braços e fazendo a expressão mais austera possível.

— Não faz sentido! Há um traço exatamente igual ao do Delyon nessas notas.

— Então tem alguém imitando ele perfeitamente.

— Ou ainda estão circulando as notas que ele falsificou... eu vou verificar. – Disse ela de repente, tirando as luvas e as atirando sobre a mesa.

Saiu rapidamente da sala de provas, voltando para o escritório e sendo seguida de perto por Max, que ainda parecia confusa.

— O que irá fazer?

— Uma visita. – Quando finalmente chegou ao escritório, se dirigiu para mesa onde Luna, a estagiária, estava sentada – Pode ligar para a penitenciária de Montebell e agendar uma visita, por favor? Diga meu nome e diga que é urgente.

— Claro, pode deixar.

— Você vai visitar o Delyon? – Bradou Max, indignada.

— Eu só quero me certificar.

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