DORIAN PASSOU a semana inteira quieto, mas apesar de todo aquele silêncio, todos ali sabiam que aquilo indicava o turbilhão que era sua mente. E para Melina esses eram os momentos mais perigosos de Dorian, ninguém nunca poderia prever o que ele pensava e como agiria, preferia mil vezes que ele estivesse tagarelando indignado do que taciturno daquela forma.
Se preparava para chamá-lo para sair e se distrair um pouco quando ele tomou à frente, e se aproximando dela pediu seriamente:
- Preciso que me leve a um lugar.
- Que lugar?
- A casa de Linus.
Max, que digitava seu relatório silenciosamente, apenas ergueu os olhos do monitor, os dirigindo para Dorian.
- O cara foi um completo escroto com você e ainda quer ir na casa dele?
- Não é com ele que quero falar, é com a Abby. - Quando as duas continuaram olhando para ele, a espera de alguma explicação, ele completou, entediado - A esposa do Linus.
- Dorian, não me leve a mal, mas não acho que seja uma boa ideia. - Opinou Melina.
- Se há alguém que possa nos ajudar nisso, é a Abby. Confio nela. Além disso, eu nunca procurei por ela depois que saí, Linus deve ter comentado que me viu, então tenho quase certeza de que ela deve estar chateada.
- Eu sinto muito, Dorian, mas não acredito que ela possa nos ajudar agora. Ela não entregaria o marido.
- Talvez, mas e se o Linus não contou para ela?
- Não seria surpresa. - Resmungou Max - Com o caráter que ele demonstrou.
- O Linus não é assim, alguma coisa está acontecendo. - Defendeu Dorian, elevando a voz.
- Por que está defendendo tanto ele? Geralmente é o primeiro a condenar os outros.
- Linus não é os outros. Ele é meu amigo. Desde a infância, eu o conheço e sei que há alguma coisa errada. E se não querem ajudar, tudo bem, eu descubro sozinho.
Não dando chance para que as duas o contestassem, Dorian lhes deu as costas e saiu a passos firmes e rápidos, porém, assim que chegou ao elevador, foi alcançado por Max e Melina, que vinham logo atrás dele. Não deram nenhuma palavra, apenas adentraram o elevador, e lhe lançaram um olhar encorajador. Naquele momento, Dorian soube que não estava e nunca estaria sozinho, e mesmo que suas ideias e pensamentos não condissessem com os delas, sabia que elas estariam ali para ajudá-lo. Com um sorriso agradecido, ele também adentrou o elevador e assim que alcançaram o carro, ele passou o exato endereço de Linus.
Fazia alguns minutos que estavam parados com o carro bem em frente a uma casa branca de dois andares, as telhas escuras contrastavam com sua cor, mas casavam perfeitamente com o gramado verde e as árvores que haviam em sua calçada. Uma pequena cerca branca limitava seu quintal, a separando dos vizinhos, enquanto uma pequena trilha de blocos levava à garagem e a pequena escada de quatro degraus, esta acabava numa pequena varanda, onde a porta de madeira escura permanecia fechada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Carte Blanche - Carte Ás 1
CasualeSérie: Carte Ás Até onde vai sua moral? Dorian Delyon foi um dos criminosos mais procurados do país. Por anos foi escorregadio o suficiente para despistar qualquer um que estivesse atrás de si. Até se deparar com Melina Singh. Após cinco anos de um...