NAQUELA MANHÃ, Max esperava impacientemente Melina e Dorian saírem do galpão, sua amiga havia dito que subiria apenas para chamá-lo e logo partiriam, mas o que tomaria alguns poucos minutos de seu dia, havia se transformado em pelo menos quarenta minutos. Maxine havia se dividido entre impaciência e preocupação, eles não costumavam demorar tanto quanto estavam demorando.
Intimamente ela se questionava se de fato eles estavam se envolvendo mais do que profissionalmente e temia encontrar a resposta para isso se entrasse naquele galpão. Enquanto debatia consigo mesma aquela questão, tamborilando os dedos no volante do carro, ouviu as vozes dos dois, saindo do galpão. Melina como sempre apressava Dorian, enquanto ele praticamente se arrastava para fora, resmungando. Assim que adentraram o carro, Melina se acomodou ao lado dela, colocando o cinto de segurança, enquanto ele se atirava de modo desleixado no banco de trás.
— Até que enfim! O que estavam fazendo? Fabricando o pão para tomarem café?
— Desculpe a demora, estava esperando Dorian parar de vomitar. – Explicou Melina.
— Parar de vomitar? Como assim? – Questionou a loira, se virando para trás e o encarando.
— Não estou bem, passei mal a noite inteira e não parei de vomitar até agora de manhã. – Disse ele, com a cabeça encostada no banco e os olhos fechados.
— E vai sair de casa mesmo assim?
Dorian rapidamente abriu os olhos e ergueu a cabeça, se arrependendo instantaneamente quando uma vertigem lhe atingiu. Levou a mão até a cabeça, acariciando a têmpora e apertando os olhos.
— E como quer que eu fique em casa sozinho e passando mal? Se acontecer algo não tenho ninguém para me ajudar.
— E então escolheu ir trabalhar correndo o sério risco de acontecer um acidente colossal com suas calças?
— Eu disse que estava vomitando e não com dia...
— Ah, vamos parar com esse assunto, por favor? – Interrompeu Melina – São nove da manhã, eu acabei de tomar café e não quero ouvir sequer uma menção a fluídos corporais indesejados.
Max e Dorian apenas se encararam e nada mais disseram. Naqueles meses haviam aprendido a se comunicar somente pelos olhares e o olhar que Dorian lançava para a loira naquele instante era de "Melhor não contrariar".
Ela apenas meneou a cabeça, levantando as sobrancelhas, e deu partida no carro, dirigindo na direção desejada. Na tentativa de se distrair e esquecer o enjoo que voltara a lhe atingir, Dorian resolveu começar outro assunto.
— Aonde estamos indo? Esse não é o caminho da agência.
— À Past & Edge. Temos um caso lá.
Dorian praticamente saltou no banco de trás. Se inclinando para frente colocou o rosto entre as duas agentes, com um sorriso enorme em seus lábios, parecendo uma criança contente em um parque de diversões.
— E qual é o caso? Roubaram as documentações de escavações? Já sei! Foram as peças Incas que encontraram há quatro meses, não é?
— Como você sabe das peças Incas que eles acharam?
— Sabendo, eu tenho contatos. Então, acertei?
— Não. – Respondeu Melina, se virando para ele – Um dos sócios está sendo acusado de extorsão. Estamos indo ter uma conversinha com ele.
Dorian murchou instantaneamente, o sorriso se desfez e os ombros caíram, demonstrando sua decepção.
— Estamos a caminho de uma das maiores empresas de arqueologia e vamos investigar extorsão?
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Carte Blanche - Carte Ás 1
SonstigesSérie: Carte Ás Até onde vai sua moral? Dorian Delyon foi um dos criminosos mais procurados do país. Por anos foi escorregadio o suficiente para despistar qualquer um que estivesse atrás de si. Até se deparar com Melina Singh. Após cinco anos de um...