10| Mestre da espoliação - Parte 3

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MELINA TERMINAVA de arrumar as sandálias de volta no pé quando sentiu Claude se aproximar por trás e com voz baixa, dizer:

— É uma pena que não tenhamos mais tempo.

— Não quero que as pessoas comecem a desconfiar, sabe o que pode acontecer.

— Está preocupada que seu marido saiba?

— Tomáz não me dá muita atenção, mas isso não significa que ele não ficaria furioso se soubesse. – Respondeu ela, se virando de frente para ele – Mas... esse pequeno tempo que tivemos não quer dizer que será o único.

Claude levou as mãos até a cintura de Melina, que lutou para não demonstrar seu descontentamento, e com malícia brilhando nos olhos verdes, questionou:

— Então haverá mais encontros?

— Você não quer?

— Ah, eu mal posso esperar por isso. E eu penso, na verdade, eu espero que na próxima vez que nos virmos, você possa me trazer algo.

Ali estava, Melina finalmente havia conseguido entrar no assunto desejado e estava quase fazendo Claude confessar. Sabia que somente aquilo não bastava e que deveria fazê-lo falar mais, teria que jogar com o ego dele, fazê-lo pensar que detinha a vantagem naquela situação.

Adotou a melhor expressão maliciosa que tinha e se aproximou mais, subindo as mãos pelo smoking dele.

— Hum... e você tem a coragem de me pedir algo assim logo no segundo encontro?

— Sim, e, na verdade, acho que também será conveniente para você quando ouvir minha proposta.

— Estou ouvindo. O que quer?

Lentamente ele se abaixou e aproximou a boca do ouvido dela, sussurrando:

— Alguns milhões.

Rapidamente ela se afastou, o encarando com certa diversão, mas ainda assim receosa. Deixou uma breve risada escapar e tomou um pouco mais de distância.

— Então você quer que eu o compre?

— Seu poder aquisitivo é alto, e na realidade você estará comprando meu silêncio.

— Seu silêncio?

— É, você disse que não queria que seu marido soubesse, não é mesmo?

Melina teria pulado de felicidade por conseguir atingir seu objetivo e teria feito com que Claude se comprometesse mais ainda. Mas antes que tomasse qualquer atitude, a parede de vidro, a qual aquela sala estava escondida atrás, se rompeu quando alguém foi simplesmente arremessado contra ela.

Demorou alguns segundos para entender o que estava acontecendo, de repente, aquele enorme salão havia se tornado um caos, o burburinho das pessoas chegou a seus ouvidos, enquanto avistava alguns seguranças correndo em sua direção parecendo estarem atrás de um homem furioso, que marchava em direção a pessoa que estava no chão. Quando voltou os olhos para a vítima, notou Dorian um pouco atordoado, com o rosto sangrando e vários cortes pelo smoking.

— Aquele não é seu marido? – Questionou Claude, finalmente a tirando do torpor.

Antes que ela pudesse socorrer Dorian, aquele homem furioso conseguiu alcançá-lo e novamente o levantou pelo colarinho, berrando rente a seu rosto:

— Eu disse que o seu estava guardado, Delyon!

Melina arregalou os olhos, desesperada com a ideia de seu plano ter simplesmente sido arruinado, enquanto isso Claude transparecia confusão, mas se afastava cautelosamente, enquanto se intrometia e conversava com Daniel.

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