ENQUANTO ISSO, do lado de fora, Melina e Max observavam o esquadrão de choque da polícia se organizar ao redor do banco, a praça havia se tornado um caos e embora o perímetro tivesse sido isolado para que a polícia pudesse trabalhar, alguns curiosos se acumulavam ao redor, cochichando entre si e até filmando. Max sentia vontade de gritar com todos eles e mandá-los embora, mas sabia também que cada um ali era responsável por sua própria vida, assumia o risco quem quisesse permanecer ali.
Melina, no entanto, se preocupava com outra coisa, observando os policiais passarem de um lado a outro e os carros blindados subirem no calçado. Se aproximou rapidamente do que parecia estar comandando todos ali e mostrando o distintivo, disse:
- Estou à disposição, no que posso ajudar?
O homem percorreu os olhos azuis por todo o corpo de Melina, observando cada traço dela, sem esconder a expressão de desprezo. Quando desviou os olhos por fim, se voltou para o tablet que tinha nas mãos e coçou os cabelos castanhos, enquanto respondia:
- Ficando no seu lugar já vai ajudar bastante, agente.
- Eu quero ajudar, cheguei aqui primeiro que vocês.
- E isso não quer dizer nada. - Respondeu ele, fechando a capa do tablet e entregando para outro policial. Semicerrou os olhos, fazendo as rugas ao redor deles destacarem seus quarenta e tantos anos - Escuta, chegou aqui primeiro, mas não significa que sabe alguma coisa. Essa não é sua divisão e sequer somos da mesma agência, não sabe como operamos. Por isso estou dizendo que se permanecer no seu lugar será melhor.
Melina até queria se manter calada e não causar nenhuma discórdia, mas o tom desdenhoso que aquele policial usou e modo como a encarou a enfureceram. Já estava nervosa com toda aquela situação e encarar o desprezo e a má vontade daquele home só fez com que seu sentimento se expandisse.
- Escuta, eu só estou querendo ajudar e não tomar sua operação. Estou com um dos meus preso lá dentro, sendo feito de refém junto dos outros, então querendo ou não devo participar. Ele está sob minha responsabilidade.
Aquela informação pereceu surpreender o policial, que ergueu as sobrancelhas, certamente interessado.
- E o que ele estava fazendo lá dentro?
- Viemos verificar uma informação quando tudo aconteceu e ele acabou ficando preso.
- Consegue contato com ele?
Melina suspirou derrotada e passou a mão pelo rosto antes de admitir:
- Não, não temos comunicação alguma.
- Então ele terá que esperar junto com os outros e rezar para que não descubram que ele é um federal. De qualquer forma, acredito que ele consiga se defender. São treinados para isso.
- Não, ele não consegue.
- Como?
- Ele é um civil. Um consultor.
O policial continuou em silêncio, o único som emitido foi um riso debochado, dando-lhe as costas ele começou a caminhar em direção a um grupo de policiais, dizendo:
- Então é só mais um civil esperando ser resgatado.
Sentindo a raiva brotar novamente, Melina avançou na direção do policial, esbravejando:
- Escuta aqui, seu...
Mal teve tempo de completar sua frase, sentiu a mão esguia de Max agarrar seu cotovelo e a puxar para trás, a afastando o máximo que pôde do policial.
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Carte Blanche - Carte Ás 1
DiversosSérie: Carte Ás Até onde vai sua moral? Dorian Delyon foi um dos criminosos mais procurados do país. Por anos foi escorregadio o suficiente para despistar qualquer um que estivesse atrás de si. Até se deparar com Melina Singh. Após cinco anos de um...