Ouço as vozes distantes das pessoas, enquanto minha pele toca a superfície do nada.
Estou sozinho.
Mas sempre estive!
Por que me custa viver?
Por que em meu rosto pesa o sorriso?
Em meu peito bate um ritmo diferente do que de costume.
Meus olhos ardem como fogo em brasas.
E sinto meu corpo cheio e pesado.
Mas deixo de lado, e sigo o caminho da covardia.
Vou ocupar minha cabeça.
E chegando a janela percebo a movimentação das pessoas e as conversas alheias
Na quitanda do outro lado da rua vejo os homens e mulheres a negociarem o preço das verduras.
Reclamam o preço alto, discutem e pechincham, mas por fim pagam o preço de inicio.
Por que brigam, se irão pagar o preço da mesma forma?
Por fim vão embora com as sacolas cheias mas com a mercadoria que tanto pagaram no balcão.
Isso me intristece e saio da janela, sento na cadeira e acendo um cigarro, como forma de terapia suicida.
Fantasío felicidades até cair em um sono profundo na esperança de acordar em dias melhores.