𝙏𝙬𝙤

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ᴀᴜsᴛɪɴ, ᴛᴇxᴀs

Faltavam poucos GP's para encerrar o campeonato deste ano. Seguiamos em quarto lugar mesmo após uma corrida catastrófica em Singapura.

Alonso se mantia firme nas corridas, e por falar no diabo este acabara de parar na minha frente, com as mãos espalmadas na minha mesa, podia ver as narinas soltando fumaça.

Tirei os fones delicadamente e com toda paciência do mundo.

— O que há de errado Fernando? – encarei ele — Já conferi seu carro...

— Eu me recuso a dar essa entrevista. – ele falou simplesmente e franzi o cenho. — Por favor.

— Sei que a idade já lhe vem afetando, mas eu trabalho com seu carro, não com a sua acessora de imprensa.

— Ela quer que eu fale... com a repórter. – ele olhou ao redor — Mas eu não quero.

— Afinal qual o problema em dar a entrevista? Você nunca reclamou.

Alonso passou as mãos nos cabelos, o coroa era bonitão.

— Acontece que a repórter, é minha ex namorada. – ele disse com os lábios franzidos.

Soltei uma risada, só podia ser uma piada, mas pra algo preocupar Fernando Alonso, era muito sério.

— Fico lhe devendo um Rebujito – ele disse com um sorriso me tirando mais uma risada. — Por favor, chica!

— No mínimo você está me devendo uma fila nos aposentados e pensionistas. – disse me levantando.

Alonso deu um beijo na minha testa e sumiu tão rápido quanto apareceu. Avistei Laurent Rossi, nosso diretor executivo, conversando com uma mulher de cabelos castanhos, ela usava uma saia e uma camisa social branca, atrás dela tinha um jovem rapaz segurando uma câmera. Sorri pra mim mesma, Alonso era muito esperto, muito esperto.
A mulher desviou o olhar do diretor e me lançou um sorriso, pelo bronzeado na pele tinha certeza que ela era de Portugual.

— Você deve ser a Diana – ela me estendeu a mão e retribui — Sou Helena Mendes, estou representando o jornal AutoSport.

— É um prazer, você queria entrevistar meu piloto? – sorri simplista e vi seu rosto ruborizar — Lamento, mas ele não está disponível hoje, sabe como é...

— Eu sei – ela sorriu gentil — Na verdade eu vim tendo noção que ele não aceitaria a ceder uma entrevista. Temos nossas diferenças. Você é engenheira? Vou me contentar se você puder falar um pouco do carro dele, e confesso que depois da polêmica com a Red Bull ultrapassar o teto orçamentário, estamos muito curiosos em saber como isso afetou as outras equipes.

Indiquei a garagem dos carros da Alpine, e realmente fora um golpe, principalmente para equipes menores como a nossa, e disse isso a ela.

— Somos uma equipe bem a baixo da RBR e Ferrari por exemplo, então nosso orçamento e nosso quadro de funcionários é menor ainda. – expliquei — Foi revoltante, eu confesso, saber que trabalhamos com o mínimo em nosso carros, para não ultrapassar o teto.

— Você acha que a se a Fia, não tomar as providências corretas, outras equipes vão apelar para a mesma tática? – Helena perguntou com um sorriso sugestivo.

END GAME - 𝑷𝒊𝒆𝒓𝒓𝒆 𝑮𝒂𝒔𝒍𝒚 Onde histórias criam vida. Descubra agora