END GAME - 𝑷𝒊𝒆𝒓𝒓𝒆 𝑮𝒂𝒔𝒍𝒚

𝙁𝙞𝙫𝙚

A fase de teste  havia começado e para minha sorte o carro estava tendo um bom rendimento , apesar de eu ainda ter alguns problemas com  o motor.
    O carro de Pierre estava saindo do shakedown, quando o mesmo apareceu na cabine me dando um susto.

— Por Dios, você não deveria estar aqui. - o olhei de soslaio.

— Não posso conferir meu carro? - o francês rebateu.

— Não se preocupe você terá tempo o suficiente pra isto.

  O deixei acompanhando a largada do carro. A combinação estava perfeita, pneus estavam bons, a queima do combustível estava no tempo suficiente, mas eu ainda não estava contente com o motor e com o barulho que ele fazia.

— É isso que você quer que eu pilote? - Pierre cruzou os braços.

— Um carro bom requer um piloto bom. - pisquei e não obtive resposta porque Pierre começou a vestir seu traje para pilotar.

— Que tempo você quer? - Pierre disse entrando no carro.

— Meu motor ainda não está bom o suficiente, cherry. - me apoiei no carro — Então se você conseguir um 1.17 sem explodir...

— Você fica me devendo um jantar. – foi a resposta do francês antes dele posicionar o carro pra fazer um teste de curva mais rápida.

  Gasly miseravelmente conseguiu fazer essa curva no tempo e ainda me mostrando exatamente qual era o problema com o motor, sem nenhuma explosão.
  Mas não era como se eu fosse realmente aceitar ir a um jantar com ele.

— Te vejo mais tarde. - ele acenou convencido.

— Você tem muita auto estima pra achar que eu vou jantar com você. - disse pegando o tablet com relatório.

— Não chamaria de auto estima, mas eu sei que você vai.

  Pra minha sorte eu tinha coisas mais importantes do que se preocupar em recusar um jantar, mas gostaria que os cosmos me odiassem menos. Enquanto eu terminava o relatório sobre o motor e as mudanças que eu precisaria fazer, meu celular tocou diversas vezes com mensagens de Rossi.

  " Então, você tem um jantar hoje à noite, aproveite! :) "

  Eu já estava preparada pra ofender a quinta geração do responsável, mas a mensagem de Rossi seguiu com um anexo, que nada mais era que um convite da própria Alpine pra um jantar beneficente e de reconhecimento da nova temporada.

— Pierre Gasly saiba que eu te odeio. - resmunguei pra tela quando vi o nome dele confirmado.

  Me arrumei as pressas pois só faltavam algumas horas para esse maldito jantar, eu odiava me vestir muito além do formal, não era como me arrumar para festas que eu ia com o Carlos ou até mesmo Saskia, é isso me deixava frustrada com o guarda roupa.

  Rossi não iria comparecer por motivos empresariais que o impediam, e essa noite só ficava pior. Ao entrar no evento foi me indicado a mesa reservada, muitos rostos familiares dos meus companheiros de time, Pierre estava irritavelmente bonito com sua camisa social branca, uma cadeira depois dele, Esteban Ocon dava um sorriso largo com o que o Gasly dizia. Então eles se resolveram afinal? Eu esperava emoção e briga.

— Eu disse que você viria - Pierre sorriu ao me ver e apontou a cadeira vaga entre os dois pilotos.

— Não graças a você. - tentei ignorar o acento mas parecia que era o único que me restara.

O jantar era tão chato e entediante como imaginei, pra piorar Pierre e Esteban decidiram conversar em francês o que me fez sentir que estava perdendo alguma fofoca das boas, então me contentei em ficar chamando o garçom pra repor minha taça enquanto mexia no telefone.

— Você está perdendo o leilão. - Pierre tomou o celular da minha mão.

— Estou perdendo muitas coisas, inclusive minha paciência. - fuzilei ele com o olhar.

— Chaton calme - ele ergueu as mãos em rendição.

— Você deu uma cueca pra leiloar? - Ocon me trouxe de volta a realidade.

— Muitas pessoas dariam dinheiro por minha cueca. - Pierre se encostou na cadeira e eu cuspi meu drink.

— Você só pode estar de palhaçada, Gasly.

O olhei incrédula enquanto ele ria e Ocon conferia os itens em leilão.

— Estou ajudando as causas.

— Uma pena eu não estar bebada suficiente pra comprar uma cueca de Pierre Gasly. - dei mais um gole na minha bebida para no segundo seguinte Ocon pedir outra garrafa e encher minha taça.

— Pois agora eu quero ver você comprando a cueca dele. - o francês disse se engasgando com sua bebida.

— A ideia de atear fogo no seu carro deveria ter sido minha não do Alonso. - resmunguei fazendo graça.

— Peraí o que? - Ocon me olhou enquanto Pierre ria chamando a atenção dos convidados.

— Pendejos! 

     O leilão passou rápido ao meu ponto de vista, pois tudo que fiz foi não prestar atenção. Pois estava rindo de alguma coisa idiota de Ocon e Pierre, isso certamente era efeito da bebida, e me preocupava a onde eu iria terminar.
     Tive noção dos efeitos alcoólicos quando fui ao banheiro e me encostei na parede.

— Você precisa de mais? - Pierre disse passando uma garrafa de vodka e apoiando suas mãos na parede me deixando entre ela.

— Você está tentando me deixar mais bêbada ainda? Pra eu falar sim pra você? – cerrei os olhos e ele riu.

— Você tem uma visão muito ruim de mim Didi – Pierre disse embolado e o encarei. Ele tinha os olhos tão azuis e o cabelo desgrenhado o deixava tão... sexy. — É tão difícil falar sim?

— No estado que me encontro – me endireitei ficando apenas alguns centímetros longe dele o fazendo olhar pra minha boca. — Com certeza não é nada difícil.

Isso o fez ficar mais confiante se aproximando mas coloquei minha mão em seu peito e ele acompanhou com o olhar.

— Mas tudo que envolva a gente é contrato, você é o piloto e eu a engenheira. E vai ser sempre assim bad boy. - disse dando um sorriso meigo e ele fez uma careta.

— Você tem certeza disso? - Pierre se afastou mas antes me passou a garrafa. — Você também não viria pra esse jantar.

Ele disse isso com um sorriso que me fez retribuir, Sainz dizia que eu era muito simpática as vezes. Ri com o pensamento torpe e dei mais um gole antes de procurar um Uber pra me levar direto pra casa e não pra cama de Pierre Gasly.