END GAME - 𝑷𝒊𝒆𝒓𝒓𝒆 𝑮𝒂𝒔𝒍𝒚

𝙉𝙞𝙣𝙚

A corrida do fim de semana havia me estressado mais que o normal, apesar de Pierre ter largado da pit lane ele conquistou uma boa posição e mesmo que ele perdesse uma por conta da punição ainda era uma posição que o permitia pontuar.

Mas a obra do cão decidiu entregar a corrida de mão beijada, pra isso ele me ignorou completamente no rádio, o que não duvidava de ter sido motivo de chacota fora do autódromo. 

Não foi a nenhuma festa ou se quer sai do meu quarto, as horas até finalmente pegar meu voo foram torturantes.

Já no avião rolei a tela do Instagram pela última vez e vi uma foto de Lando e Elouise.
Ambos eram melhores amigos, e desde o relacionamento esquisito de Lance e Elo a amizade dos dois também ficou esquisita, mais esquisito ainda foi o término do suposto namoro. Olhando mais a fundo notei que a foto havia sido publicada por um site de fofoca, e como boa curiosa decidi olhar, e ao ler a matéria engasguei com a água.

ELOUISE E LANDO ESTAVAM NAMORANDO?

Eu bem sabia que a social media estava à algumas poltronas atrás, diferente de Saskia que tinha um voo fretado só pra ela. Me levantei na intenção de descobrir o por quê de eu estar sabendo desta informação por um site de fofoca e não por ela.

Mas minha passagem foi interrompida por um loiro de olhos azuis que me empurrou de volta ao acento.

— Chega pra lá. – Pierre me empurrou com o corpo.

— É sério? Tantas poltronas você escolheu uma do meu lado? Você quer um autógrafo? – olhei brava pra ele.

— Calma aí nervosinha, não sou eu que compra minhas passagens – ele deu de ombros. — Por que você está tão irritada?

Ele sorriu debochado e forcei passagem, alguém precisava me mudar de assento.
Olhei ao redor em vão pois todos os lugares estavam ocupados, Pierre deu uma risadinha que me irritou ainda mais.

— Relaxe, ou vou ter que te acalmar igual na festa... – ele completou a frase e recebeu um soco na barriga. — Aí

— Nos seus sonhos. – disse me sentando contra vontade.

— Nos meus sonhos você...

— Gasly, juro por Deus que se você falar de novo eu te arrebento!

Falei alto e um cara atrás pediu silêncio fazendo o francês rir.

O piloto anunciou a partida do voo, e coloquei o celular no modo avião, afim de terminar de saber da fofoca, mas Elouise ignorou minhas mensagens.
Suspirei frustrada e olhei de soslaio para Pierre que digitava em seu telefone, e estendi o meu a ele, a fim dele me contar o que sabia.

— Estou cobrando por foto – ele diz sem olhar o celular e em seguida ao perceber minha irritação pega o celular.

— Achei que você já soubesse.

— Se eu soubesse não estaria chocada. – rolo os olhos. — Estava tendo fé que você seria o fofoqueiro.

— O que você sabe?

— Que eles são melhores amigos? Que agora são namorados? E que meses atrás ela namorava o Lance, e você foi o pivô do fim do namoro. – falei rápido e ele esperou eu terminar com cara de tacho.

— Tá pode parar aí - ele tapou minha boca. — O Lance terminou com ela depois desse boato, que é mentira - ele fez questão de ressaltar — Mas no fim parece que foi por causa de outra coisa que ele descobriu.

Pisquei na esperança dele contar o que, mas não consegui nenhuma resposta. Ai saiu as notícias do Lando e da Luísa.

— Que notícias?

— Pelo amor de Deus, Diana. Onde você anda com a cabeça?

— Talvez no meio de franceses que querem um carro decente e de um piloto que não obedece ordens. – encaro e ele que da de ombros.

Ele pega o telefone e fuça em alguma coisa e depois me mostra. Leio tudo boquiaberta. Não duvidava do mau caráter da Luísa mas sabia que Lando não era um santo também.

— Por isso acho que tudo isso seja uma jogada de marketing, pra despistar ambos rumores. – Pierre diz e eu concordo.

— Faz sentido.

E fazia sentido Elouise parecer estranha nos últimos dias mas não comentei com Gasly.

— Você foi útil pra alguma coisa. – sorri falsa e me ajeitei no acento e Pierre me ofereceu um lado do fone. — Não valeu, você só deve ouvir porcaria.

Ele murmurou alguma coisa sobre eu ser chata e acabei pegando o fone dele, me surpreendi por estar tocando Flor de Tangerina.  Uma das minhas músicas favoritas.

— Desde quando você ouve música brasileira? – ergui a sobrancelha.

— Você conhece?

— Minha mãe é brasileira, quando eu era mais nova adorava ouvir as músicas que ela colocava.

— Você não parece nem um pouco brasileira – ele diz trocando a música — Brasileiros são legais.

Rolo os olhos e deixo a música guiar meu sono rápido, até finalmente assustar com a descida do avião se preparando para pousar. Chegamos Austrália.