END GAME - 𝑷𝒊𝒆𝒓𝒓𝒆 𝑮𝒂𝒔𝒍𝒚

𝙏𝙝𝙞𝙧𝙩𝙮

  Apesar de toda bebedeira eu consegui acordar um pouco antes do nascer do sol. Já era uma das coisas mais extraordinárias, ainda mais vista de Mallorca. Tomei um banho para disfarçar quaisquer resquícios de ontem à noite e vesti uma roupa confortável e típica para passear na beira da praia.

Nas férias, era tradição do Carlos e eu fazer passeios na praia, mas eu nem se quer lembro do estado que ele ficou. O hotel não era longe da encosta, por isso caminhei até o píer e recebendo a brisa leve.

— Buenos días! – tive um sobressalto ao ouvir a voz do Pierre. O francês parou ao meu lado e estava trajando uma roupa esportiva, afinal tivera a mesma ideia que eu.

— Caiu da cama? – franzi a sobrancelha.

— Talvez. Não dormi muito bem. – ele rola os olhos quando balanço a cabeça querendo a continuação. — Barulhos estranhos.

Isso foi o suficiente para eu cuspir a água que estava ingerindo.

— As vantagens do álcool são essas, apagam o ser humano. – dei de ombros pois não ouvi nada e nem gostaria.

— No três? – ele aponta para a praia e corre no lugar.

— Pode ir você, eu só vou andar mesmo.

— Você é uma franga mesmo. – Pierre faz uma careta extremamente irritante e sai correndo. — Perdedora! 

Pierre tinha uma grande habilidade em despertar meus instintos competitivos, por essa razão, eu corri tentando alcançá-lo. Se passaram só algumas metros até eu parar sem fôlego. Gasly estava na frente e fez questão de voltar até onde eu tava.

— Qual é Didi, eu esperava mais de você.

— Quem está acostumado com tudo isso é você. – bato meu dedo no peitoral dele — Meu treino é sentar numa cadeira e me certificar que seu carro está em dia.

— Isso me lembra que você é boa em teste de assento também.

— Filho da puta! – sinto meu rosto queimar. Pierre sai correndo quando corro atrás dele.

Tento estapea-lo a todo custo mas ele é mais rápido e segura meu braço me jogando na areia.

— Me solta! – grito mas tudo se embaralha numa risada quando ele faz cócegas com uma mão livre. — Eu vou te matar, Pierre Gasly!

— Adoro essas ameaças tanto quanto você me manda pro inferno.

Encarei ele e foi o pior erro, os olhos azuis estavam mais escuros que o normal, e ele mordeu o lábio fazendo eu olhar diretamente pra ele.

— Que bom, pois eu vou mesmo te matar. – fiz um breve esforço pra me levantar e puxei ele comigo, em direção a água.

— Não, não isso deve estar gelado para um caralho. – ele tenta se soltar mas não consegue.

— Não ligo, é você que vai dar um mergulho.

— Ah mas você vai junto. – ele faz força ao contrário dessa vez me arrastando com ele pra água.

A água estava realmente gelada, Pierre deu um gritinho e eu abaixei a cabeça dele na água, e tentei sair o mais rápido, mas enlaçou minha cintura.

— Você na vai fugir não. – ele disse e foi a vez dele de me afundar na água, quando levantei cuspi água nele. — Peste.

Era cômico a cena se tivesse alguém na praia vendo isso, nós dois de roupa e tudo, naquela água gelada, parecendo dois pinguins perdidos.

Dei tapinhas no braço dele para me soltar.

— Isso aqui está longe de estar certo, você sabe...