𝙎𝙞𝙭

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sᴘᴀɪɴ

Maverick ajeitou meu capacete dando batidinhas.

— Eu não sei não - olhei receosa pra pista.

— Você só está com medo de perder pra mim - ele piscou antes de fechar sua viseira.

— Eu sou melhor que você – disse por cima do barulho da moto dele — Só não estou competindo no moto gp por motivos maiores.

— Seus motivos maiores são aguentar franceses? – ele disse rindo e mostrei -lhe o dedo do meio. — Vamos ver quem cruza chegada primeiro primita.

— te deseo buena suerte, cabrón.

Quando Dean morreu, eu pensava que nunca mais iria querer subir em uma moto, ou sequer correr em uma pista. Mas eu estava errada sobre isso, era onde eu mais sentia a presença dele, em cima de uma moto. E eu não podia perder essa conexão com ele.
Ao fazer a primeira curva, pensei nele e se eu conhecia bem meu irmão, ele não teve medo. Ele só foi o Dean até o final.
Pisquei os olhos afastando as lágrimas e Mave fechou minha passagem, mesmo com o barulho do motor eu podia ouvir sua risada, cerrei os olhos eu não o deixaria ganhar de mim.
Tinham mais três curvas até encerrar a primeira volta, Maverick foi bem na segunda, mas na terceira fiz a volta por dentro, fechando sua passagem. Não sabia quantos segundos mas eu sabia que havia aberto vantagem sobre ele e eu já podia ouvir seus xingamentos. Na nossa última curva, ele quase conseguiu, mas sua moto deu um toque na minha, fazendo ambos desequilibrar, mas consegui manter a posição e ganhar dele.

— Te dejo ganar este – ele disse parando sua moto ao lado da minha.

— No mientas ni aunque quisieras serias capaz de abrir una vuelta mas rapido que el mi.

Ele riu e ligou sua moto sugerindo que déssemos uma volta só para jogarmos conversa fora.

— ¿Como está su madre? - Maverick me olhou de soslaio.

— Desde a última vez que falei com ela? Péssima. – respondi — E acredito que ela nunca mais irá tirar os pés do Brasil novamente.

— Ela ainda quer que você saia da fórmula 1?

— Ela vive me pedindo isso, mas não é como se eu tivesse correndo, eu fico só atrás dos monitores guiando um piloto.

— Yo se, mas não podíamos esperar outra coisa não é?

— Eu estou aprendendo a lidar com a morte dele, ela também vai, um dia.

— Ok, vamos mudar de assunto. Está pronta pra nova temporada?

— Queria dizer que sim, mas é uma nova fase, um novo piloto, estou saindo da minha zona de conforto mais uma vez.

— Gasly não é? - Maverick disse com um sorriso travesso — Eu sigo ele, e sinceramente? Acho ele muito parecido com você.

— Isso é uma ofensa? – olhei indignada pra ele.

— Não, mas eu acho que tem tudo pra dar certo.

— Não vou estragar seu ponto de vista querido primo.

Meu celular tocou dispersando a conversa dos primos.

— Parece que suas férias acabou. – Maverick disse apertando meus ombros.

— Como se a sua não. – mostrei a língua pra ele.

Meu voo sairia daqui duas horas, dali duas horas eu estaria em Bahrein se preparando para o começo da temporada.

Antes de ir embora passei na casa de Maverick me despedir de Nina, a caçula da família Viñales.
As férias haviam acabado.



ʙᴀʜʀᴇɪɴ


Deixei as malas no hotel reservado, apesar de amar minhas férias, eu amava ainda mais a sensação de correria que antecedia uma corrida, ainda mais quando se tratava do início da temporada.
Ano passado a Alpine havia ficado em P4 no campeonato de construtores, e eu estava disposta a fazê-los subir ainda mais neste ranking.

— Está pronta? – Jason Cozzetto um dos nosso mecânicos passou por mim.

— Eu sempre estou pronta Jass – sorri — Como está nosso carro?

— Vou deixar que você mesma veja. – ele disse abrindo a porta do carro que nos levaria até o autódromo.

O lugar estava lotado com suas devidas equipes empenhadas em dar seu melhor na primeira corrida do ano. Na garagem da Alpine, nossos dois pilotos já estavam presentes. Pierre Gasly agora vestia seu novo uniforme, pelo que as fofocas news de Elouise Sallow dizia, ele não via a hora de sair da sua antiga equipe. Mas se ele ia se sair bem nessa, só o campeonato iria nos mostrar.

— Hola guapa. – Pierre disse ao me ver.

— Passou o resto das suas férias aprendendo espanhol? – me virei para o francês que concordou.

— O que achou, mami?

— Horrível!

Do meu lado Esteban Ocon deu uma risada. Jass me levou até o carro e Pierre nos acompanhou.

— Fizemos toda a mudança que você pediu na pré temporada, o que você me diz?

Jass ligou o carro, aquecendo o motor, e ele não tinha mais o barulho de antes. O que era bom, mas eu ainda precisava vê-lo performando na pista.

— Amanhã no nosso primeiro treino livre – disse a Pierre — Eu preciso que você me deixe a par de tudo que acontecer com o carro, minha porcentagem de erros aqui tem que ser menor a cada ano. Por isso qualquer mudança ou falha que o carro apresentar me informe.

— Não se preocupe com isso. – Pierre deu uma piscadela e Jass tornou a mostrar as modificações.

— Ótimo, obrigada por hora Jass. – disse apertando seus ombros. — Enquanto a você, vamos para regra de convivência nessa garagem.

Pierre cruzou os braços achando graça.

— Não preciso dizer que estaremos trabalhando juntos, e então no mínimo espero que você me ouça, durante as corridas, nem pense em me contrariar – apontei pra ele — Tudo que eu arriscar nas corridas e pra te por em uma boa posição, então se lembre que tudo o que você fizer ao contrário, não afetará só você.

Pierre olhou pra Jass que riu.

— Se eu fosse você, obedeceria ela. – Jass caçoou — Ela pode incendiar seu motor sem que você espere.

Não pude evitar e ri, enquanto Pierre estendeu a mão pra mim.

— Não se preocupe Didi – ele disse me fazendo rolar os olhos com o apelido — Nós dois seremos uma ótima equipe.

— Eu não quero pagar pra ver. – retribui o gesto dele e ganhei uma piscadela de Jass.

END GAME - 𝑷𝒊𝒆𝒓𝒓𝒆 𝑮𝒂𝒔𝒍𝒚 Onde histórias criam vida. Descubra agora