𝙁𝙤𝙪𝙧

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O campeonato havia chegado ao fim. Apesar das nossas " férias " começarem eu ainda tinha muito trabalho pela frente. Novo ano, carro novo, desafios novos.

Respirei fundo antes de entrar na sala, hoje era oficialmente o último dia de Fernando Alonso na Alpine.
Eu odiava ser sentimental, e apesar de Alonso me gerar um estresse danado durante o ano, ele faria falta.
Sem contar o clima de casa que ele passava, éramos os espanhóis no meio de um bando de franceses.

— Não morra de saudades. – Alonso zombou quando me viu.

— Pelo menos não vou ter que por nenhuma dentadura de molho no próximo ano. – mostrei a língua pra ele e o abracei. — Sucesso pra você velhote.

— Obrigado lady Di, você tem muito trabalho, mas sabia que você sempre vai ser a melhor.

— Deja de mentir cabrón! – empurrei ele — Anda tem gente esperando um discurso.

Alonso agradeceu a equipe com seu longo discurso de cinco minutos, mas mesmo assim foi suficiente pra uma lágrima escorrer.
Depois que nosso antigo piloto saiu, fomos pra sala de reuniões, onde Laurent Rossi queria lembrar nossos pontos.

— Tivemos uma boa posição – começou o francês — Mas ainda não é o suficiente. Tivemos poucos problemas técnicos com os carros, isso é bom. Mas não quero que eles estejam presentes no próximo ano.

Ele disse o olhando diretamente pra mim.

— Um ótimo orçamento nos ajudaria. – dei de ombros e estendi a mão pegando a planilha que ele entregou com o novo orçamento da Alpine. — Melhor que nada.

— Não precisamos passar o orçamento mas não tenha receio em gastar até o último centavo. – ele concluiu enquanto conversava com outros setores da equipe.

Com o canto do olho vi que Pierre Gasly havia entrado na sala, ele estava vestindo uma calça jeans azul clara e uma camisa preta, cogitei que era a única peça de roupa que ele tinha.

— Seja bem vindo, a equipe Gasly. – Rossi o comprimentou com um toque de mãos.

— Merci. – foi sua resposta seguida de uma piscadela pra Esteban Ocon que estava do outro lado.

Desde que Pierre fora confirmado na nossa equipe, saiu algumas notícias sobre Gasly ter saído com a namorada de Ocon, fofoca confirmada pela Elouise, se tinha alguém que sabia das informações encobertas do paddock era ela. O melhor disso é que eu viveria no meio deste drama francês.

— Não sei o que houve nas últimas corridas na Alpha Tauri – Rossi se referiu as penalizações — Espero que não se repita aqui. Qualquer problema você tem sua engenheira, Diana.

— Com certeza não vamos ter problemas. – ele disse com um sorriso convencido que apenas ignorei.

— Ótimo, e sua equipe de mídia irá te redirecionar em quesitos da sua vida pública. – Rossi deu tapinhas em seu ombro. — Sua vida pública não é da nossa conta, contato que não suje a imagem da equipe.

Fui obrigada a soltar uma risada que atraiu a atenção pra mim.

— Você está pedindo algo difícil pra ele. – respondi as dúvidas silenciosas e foi a vez de Ocon rir, e Gasly retribuiu com uma careta.

Encerramos a reunião, e tratei logo de fazer os pedidos para manutenção dos carros. Eu teria um longo desafio pra colocar o carro do Gasly em uma posição favorável no grid.

Abri a última mensagem de Sainz, que queria me encontrar antes de pegar seu voo. Subi na minha moto e tive um sobressalto, quando um conversível parou na frente.

— Se eu riscar essa lata velha, não me responsabilizo. – acelerei deixando claro que queria sair.

— O que você quis dizer com aquilo? – Gasly cerrou os olhos — Sobre estar pedindo algo difícil.

— Achei que tivesse sido clara. – ergui a viseira — Sabe, deve ser difícil se controlar, quando você está no cio.

Gasly deu uma risada e deu partida no seu carro.

— Esse é seu ponto de vista, Viñales?

— Não, é a realidade. – sorri de canto e sai com a moto quando ele deu passagem.

— Profitez de vos vacances! – ouvi ele gritar em francês.

Eu realmente desejava ter mais trabalho com o carro do que com o piloto.

END GAME - 𝑷𝒊𝒆𝒓𝒓𝒆 𝑮𝒂𝒔𝒍𝒚 Onde histórias criam vida. Descubra agora