Mare
Vou o mais rápido possível para meu quarto, paro na sala de visita, não fecho a porta, sei que Kilorn virá falar comigo.
- Mare, se acalme - ele diz se aproximando de mim.
- EU ODEIO CAL CALORE - digo furiosa - como ele tem a ousadia de falar comigo daquele jeito? Eu sou uma rainha, mas para ele e para todos isso não importa. Eles não me respeitam, só veem um rei, só querem um rei.
- Mare, seu avô te ama, tenho certeza que ele se orgulha, assim como eu.
- Então por que ele sempre está tentando colocar um rei acima de mim?
- Homens só aceitam ser mandado por outro homem. É idiota, eu sei, mas eles acreditam que esse mundo é deles. Mas você tem mudado isso Mare, você é uma das maiores líderes desse mundo, temida e respeitada. Você conquistou isso, nenhum homem está aos pés da Rainha Vermelha, nem mesmo a chama do Norte.
Abro um sorriso, Kilorn me entende melhor que qualquer um, fico feliz por ele está aqui.
- Por que meu avô não pode aceitar que eu seja a melhor escolha? Por que precisa de um rei?
- Não sei Mare, isso você terá que perguntar a ele.
- Eu nunca vou ser suficiente pra eles, sempre terá de ter um rei, não importa o quanto a rainha se esforce, nunca será um homem - minhas lágrimas ameaçam cair, mas hoje não, não será hoje que eu irei chorar.
- Mare... - Kilorn pensa se deve fazer isso, então me abraça, fico grata por ele ter feito, eu precisava desse abrigo agora.
Ele se afasta rapidamente, no susto. Olho confusa pra ele, então olho pra porta, Cal, minha raiva retorna, quero eletrificar ele por completo.
Ele entra no quarto, infelizmente.
- Desculpa, não queria interromper. Será que podemos conversar? - ele diz tão calmo, sua raiva passou, eu acho.
Kilorn olha pra mim, perguntando se eu quero isso, concordo com a cabeça, e ele saí fechando a porta.
- O que você quer Calore? Veio zombar de mim mais um pouco?
- Vim pedir desculpas - ele parece sincero, que droga.
- Já pediu, pode ir.
Me movo pra sair de perto dele, mas por um impulso ele me segura.
- Mare, me escute, por favor - seus olhos cor de bronze são tão lindos, mas confesso que meus olhos param na sua boca.
- O que você está fazendo Calore? - pelos meus raios, o que está acontecendo com meu corpo? Por que não consigo me soltar dele, por que não quero????
- Mare, me escute, eu sinto muito, por cada coisa que te falei, foi muito infantil da minha parte.
- Me desculpe também, não deveria ter desmerecido seus esforços.
Ele se aproxima mais de mim, está tão próximo, que poderia me beijar agora.
- Mare, o que você está fazendo comigo?
Sua mão desliza pela minha cintura e ele me puxa para mais perto ainda. Passo minha mão pela sua nuca e a outra pousa em seu braço - e que braço viu - eu quero muito isso, não entendo, mas eu quero.
- Pergunto o mesmo Calore. Eu te odeio, você sabe disso.
- Eu odeio você Mare Barrow.
Então ele me beija, é um beijo de necessidade, como se quisesse isso a muito tempo, como se me desejasse por inteiro. Cal poderia nos queimar agora, sinto o calor do seu corpo, e eu permitiria. Em um impulso ele me prensa na parede, - agradeço por estarmos na sala de visita, e não no quarto, pois nesse momento eu não conseguiria pensar - Cal está me beijando, um beijo lento e prazeroso, nunca pensei que Cal beijasse tão bem, uma de suas mãos continua na minha cintura, a outra está atrás da minha cabeça, acho que pra não machucar na parede.
O que estou fazendo? Sei onde isso pode dar, não, eu prometi que não deixaria Cal se aproximar demais. Mas isso é só desejo, não é?
Em um impulso, empurro ele.
- Mare me perdoe, não sei o que deu em mim.
- Não faça isso Cal, nós sabemos que os dois queriam isso...
- Então por que parece tão arrependida?
- Porque isso é errado, mesmo que sejamos noivos, o desejo pode nos consumir.
- E por que isso é tão ruim? Mare eu quero você, e você também me quer. Por que você luta tanto? Por que não me deixa te conhecer de verdade?
- Me conhecer de verdade?
Não, não e não, isso não pode acontecer!!!!
- Sim, quem sabe não poderíamos até nos apaixonar.
- NÃO!!! NUNCA.
- Por que? - vejo um pouco de decepção na sua voz.
Está na hora de ser sincera com ele.
- Porque o amor nos cega, nos destrói e nos machuca...
- Você está pensando na parte ruim, Mare
Ele se aproxima, mas eu nego, e ele se afasta.
- Estou sendo realista Calore, eu sei muito bem como o amor pode destruir alguém - meus olhos estão marejados, não posso chorar.
- Mare...
- Eu serei sua esposa, sua rainha, e farei de tudo pra te dar herdeiros e ser uma ótima mãe, mas nunca vou poder amá-lo, não me peça isso, pois eu não posso te dar - digo quase em sussurro - e te peço, por favor, não me ame...
Cal olha pra mim em silêncio, vejo dor nos seus olhos, mas raiva também.
- Se é isso que vossa Majestade deseja.
Ele caminha até a porta, mas para e olha pra mim.
- Não sei o que passou na minha cabeça de pensar que me apaixonaria por você um dia. Você tem um coração de gelo Mare, e nem mesmo todo fogo do mundo seria capaz de derrete-lo. Espero que a coroa te faça feliz, pois é a única coisa que você é capaz de amar.
Ele saí, e eu desabo no chão, permito que as lágrimas caiam. O que mais dói nessa história, é saber que eu poderia sim me apaixonar por Cal, mas não posso, de novo não....
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Oi genteeee, tô postando dois capítulos por dia pra engajar. Espero que gostem. Será que Mare vai ceder? Acompanhem!!! Curtaaaaam.
Beijoooos ❤ ❤ ❤
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A união de dois sangues
FanfictionE se Mare Barrow realmente fosse A Rainha Vermelha? Uma vermelha, sangue nova e rainha. Mare vem de uma dinastia vermelha de reis e rainhas, que governam os vermelhos do Novo Mundo, um reino de paz e prosperidade, em que todos vivem com igualdade...