Capítulo 23. Não posso te salvar

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Cal

Quando me viro, percebo que Mare parou no meio do salão, alguém está na sua frente me impedindo de ver seu rosto. Mas então a pessoa se afasta, quando consigo ver percebo que há algo errado, ela parece seria, como se toda a felicidade tivesse ido embora.

Me aproximo dela, mas antes que esteja próximo o suficiente, vejo quando ela retira a mão da sua barriga, tem algo em sua mão, sangue, mas o que..?

Antes que eu possa pensar, Mare cai de joelhos, seu rosto está pálido. Nossos olhares se cruzam, e como se estivesse se despedindo, vejo uma lágrima descer por sua bochecha. Não! Não pode ser!!! Então ela vai ao chão.

- Mareeeeee!!! - grito o mais alto que posso. Me aproximo e a seguro no colo, seus olhos estão fechados, sua respiração fraca e seu sangue jorra pela ferida.

A música para, e todos se afastam, minha família se aproxima e em questão de segundos Gisa está jogada no chão ao meu lado chorando.

Vejo Lucca próximo a nós, no seu rosto a tristeza e medo, como se ele se importasse. Kilorn se aproxima e toca meu ombro.

- Cal - ele diz com um tom desesperado - temos que tirá-la daqui, rápido!!

Não penso em mais nada, pego ela do chão, a predendo com meus braços. A levo escada a cima para seu quarto. Olho em seu rosto e é como se a vida estivesse a deixando.

- Mare - digo em desespero - por favor, não me deixe. Aguente firme minha guerreira.

Entro rápido pela porta, coloco Mare em sua cama. Então enfermeiras entram no quarto.

- Onde estão as curandeiras? - pergunto nervoso - Já deveriam estar aqui.

O rosto de uma das jovens enfermeiras empalalicede.

- Alte...za - ela diz com dificuldade - todas foram enviadas para um vilarejo próximo, por causa da explosão que aconteceu lá.

- Como??? Quem autorizou isso??

- O rei, alteza. Recemos hoje a tarde um bilhete. - ela diz, mas a única que vejo em seus olhos é o medo. Me afasto dela.

- Não autorizei isso - meu pai fala - não deixaria o palácio sem pelo menos uma curandeira. Isso só pode ter sido parte do atentado a Rainha.

Nesse momento minha cabeça gira. Um atentando a Mare, quem seria tão burro? As enfermeiras começam a cuidar dela, estão tentando parar o sangramento.

- Sarah - meu irmão fala - onde ela está?

- Em Montfort com Julian - minha mãe fala - mas já deveriam ter chegado antes do baile. Algo provavelmente os atrasou.

- Vou buscá-la - Evangeline fala - e só volto com ela. Fique firme alteza - ela diz pra mim - assim que a encontrar, avisarei.

Aceno com a cabeça, nesse momento ela saí, acompanhada de seu irmão e da esposa. As enfermeiras pedem que esperamos na sala de visita. Antes de sair do uma última olhada em Mare. Por favor, fique comigo meu amor...

- Cal - Maven toca meu ombro e me abraça - Seja forte. Ela precisa disso.

- Ela não vai aguentar, Mavey - digo a ele - você viu o ferimento.

- As enfermeiras são boas, confie nelas.

Após algumas horas, uma enfermeira mais velha sai do quarto, ela está suja de sangue. Faz uma reverência e depois começa a dizer.

- Conseguimos conter o sangramento - ela diz finalmente - mas a adaga atingiu alguns órgãos, ela precisa de uma curandeira. Além disso perdeu muito sangue, precisará de transfusão. Sabemos que seu irmão será o doador mais compatível, já que também é um sangue-novo. Mas aconselho a chamarem sua família, na pior das situações, eles vão querer estar aqui.

 A união de dois sangues Onde histórias criam vida. Descubra agora