Capítulo 22. Enfrentando o passado

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Mare

Todos no salão olham enquanto eles entram. Na minha cabeça está passando um filme, tudo que passei com Lucca, a paixão, a felicidade e a decepção no final. Meus olhos continuam focados na comitiva, ainda sou uma rainha e não vai ser ele que tirará isso de mim.

- Vossa majestade, Rei Tiberias Calore VI, é uma honra e um prazer estar aqui. - Bracken diz enquanto faz uma reverência exagerada - Rainha Coriane Jacos, obrigado por nos receber em sua casa.

- O prazer é nosso, sejam todos bem-vindos - Coriane fala segurando a mão do rei - espero que aproveitem a viajem e sua estadia aqui.

- Faço minha as palavras do meu amor - o rei Tiberias diz olhando nos olhos da sua amada - que esse seja o início de uma aliança.

Todos aplaudem e os músicos voltam a tocar. Bracken volta seu olhar pra mim. Meu estômago se revira nesse momento.

- Rainha Mare - diz fazendo novamente uma reverência - é um prazer revê-la. Minhas felicidades ao jovem casal pela união. Príncipe Tiberias, é uma honra.

Cal e eu apenas sorrimos e acenamos com a cabeça em agradecimento.

- Quantos casamentos alegram seu reino, majestade - Bracken fala ao rei - dois filhos que iram se casar com os maiores reinos do mundo. Que felicidade.

Apesar de tudo, Bracken só quer agradar. Mas isso não irá funcionar hoje, estamos todos alertas. Lucca se aproxima, minhas mãos estão tremendo novamente.

- Majestades, altezas - ele diz cumprimentando a todos.

- A peço desculpas, esse é meu irmão e General dos nossos exércitos, Príncipe Lucca.

Após as saudações, o olhar de Lucca se volta pra mim. Ele continua com os mesmo olhos doces e amáveis. Como pode ter tanta mentira ali?

- Rainha Mare - ele diz - como é bom revê-la. Está deslumbrante essa noite.

- Príncipe Lucca, seja bem-vindo - não vou dar corda a ele, não somos amigos.

- Príncipe Tiberias, permita-me dizer que você escolheu a mais bela e forte mulher para se casar. Meus parabéns.

Cal fica tenso ao meu lado. Sinto seu corpo esquentar e seus olhos parecem chamas.

- Agradeço os elogios, - digo - mas quem mais ganhou com essa união, fui eu. Não ganhei apenas um noivo, mas um amigo, um companheiro e uma nova esperança. Cal é o melhor que há.

Cal pega minha mão e a beija. Vejo a felicidade em seus olhos. Apesar de ter sido discreta, todos ouviram o que falei, principalmente Lucca, que agora me olha confuso e... - não pode ser - parece decepcionado, magoado? Não acredito.

- Fico feliz em saber que está bem, - Lucca fala - se não se incomodar, gostaria de uma dança com vossa majestade.

- Infelizmente ficará para mais tarde - Cal se levanta e estende a mão pra mim - pois agora, desejo dançar com minha rainha.

Não consigo conter meu sorriso, seguro sua mão e pedimos licença. Saímos daquele lugar contaminado.

Em questão de segundos, estou nos braços do meu amor dançando e sentindo toda paixão e felicidade novamente.

- Por que ele ainda está olhando pra você? - Cal pergunta.

- Quem? - sigo seu olhar e vejo Lucca ao lado de Íris. Ele me olha no fundo dos olhos, como se pudesse ver a dor que causou em mim, mas para sua surpresa, ela não está mais lá.

- Ele ainda é apaixonado por você - Cal diz, sua voz está nervosa - eu vi nos olhos dele...

- Cal - seguro seu rosto com uma mão - eu sou apaixonada por você, e isso é tudo que importa.

 A união de dois sangues Onde histórias criam vida. Descubra agora