Capítulo 2. O dever está acima

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Cal

Já passa das 02:00 da manhã, e eu estou voltando para o palácio na minha moto. Eu tinha que sair, então fui à uma taberna em Palafitas, gosto daquele lugar, gosto de ficar perto do meu povo e saber o que está passando. Infelizmente os únicos comentários foram sobre meu casamento, o povo não fala de outra coisa.

Minha noiva chegará em algumas horas, e sinceramente, eu prefiro a guerra a ter que me casar com Mare Barrow, A Rainha Vermelha, uma garota presunçosa, orgulhosa e narcisista. Pelas minhas cores, ela é o oposto de mim, mesmo sendo uma boa rainha, é uma péssima pessoa. Mas o que eu quero não importa nada.

Mavey disse que me daria cobertura caso alguém desconfiasse, meu irmão é o melhor, sou grato por ter ele. E ele me entende mais que qualquer pessoa, pois também terá de se casar pelo bem do reino, com a princesa de Lakeland, para estabelecer a paz. Agradeço por estar prometido a Mare, ou eu estaria me casando com Iris Cygnet. Ela chegará em alguns dias também, e eu me preocupo com isso, já me envolvi com ela quando mais novo, Maven ri da situação, mas eu não vejo graça, isso pode dar muito problema.

Entro por uma passagem secreta e vou para a garagem. Quando abro a porta, vejo Maven ao lado da minha mãe, Coriane e meu pai, o rei Tiberias Calore VI. Maven mexe os lábios, pede desculpa silenciosamente. Apenas aceno com a cabeça.

Quando estaciono a moto, minha mãe vem ao meu encontro.

- Onde você estava Cal? Quer me matar do coração? - diz colocando as mãos no meu rosto.

- Estou bem mãe, fique calma. - seguro suas mãos e sorrio pra ela.

Ela me abraça e sussurra um boa sorte no meu ouvido. Então saí da garagem de braços dados com Maven.

Fico feliz por ela sempre ter tratado ele como filho, apesar de tudo. Se não fosse minha mãe, Elara com certeza teria contaminado meu irmão com sua maldade.

Me preparo pra bronca do meu pai, ele não grita, só me olha decepcionado.

- O que você está fazendo Cal? Você é um príncipe, o futuro rei de Norta. Não pode ficar fugindo para tabernas. - ele diz se aproximando.

- Ninguém me reconheceu. Eu precisava aproveitar meus últimos momentos livres - digo mexendo na mesa cheia de ferramentas, não quero olhar nos seus olhos.

- Pare de agir como criança, você sabe que tem que fazer isso.

Levanto a cabeça e o encaro.

- Eu estou sendo obrigado a me casar com uma garota que eu vi cinco vezes na vida. Eu nem pude ter uma prova real, eu não tenho escolha.

- Não é sobre o que você quer Tiberias - ele diz se alterando - é sobre o que você deve fazer. Você é o futuro rei, o dever está acima das suas vontades.

- Você fala isso, mas se casou por amor, eu acho.

- Cal - meu comentário lhe traz dor, ele abaixa a cabeça - estou tentando mudar o reino, trazer nosso lar para um mundo mais atual. Quero igualdade e liberdade para o meu povo. Seu casamento representa isso, Mare é uma das rainhas mais influentes do mundo, até em Montfort, são seus aliados. Imagina o que poderíamos conseguir, Norta é grande, e juntamente com o Novo Mundo, será o maior reino de todos.

- O dever está acima até da felicidade do seu filho?

Pego minha jaqueta e vou para a porta.

- Cal...

- Só queria que as vezes você fosse meu pai e não meu rei.

Saio antes que ele fale algo. Meu pai não está errado, Mare significa um novo começo, ela será uma boa rainha, mas não minha esposa, nunca vou conseguir me apaixonar por alguém como ela, essa garota tem um coração de gelo, e por algum motivo eles acham que eu vou conseguir, sou a chama do Norte, mas nem isso será suficiente.

Vou para meu quarto, preciso dormir pelo menos um pouco, antes tomo um banho, estou fedendo a bebida. Deito a cabeça no travesseiro e respiro fundo, "Forças Cal", penso, já enfrentei coisa pior, eu acho.

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Oi genteeee, vou tentar postar alguns capítulo que escrevi pra engajar. Espero que gostem. Curtam e comentem!!!!!
Beijooooos ❤❤❤

 A união de dois sangues Onde histórias criam vida. Descubra agora