12 - Você é o motivo do meu sorriso 👣

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Lentamente, suavemente, repetidamente.

Assim foi nosso primeiro beijo. Até que a necessidade de respirar falou mais alto, e depois de algum tempo que nem sei quanto, interrompemos o beijo. Gustavo me olhou nos olhos com alegria, e naquele momento me senti amada, de verdade. Ao contrário do que senti nos meses em que eu estive envolvida com meu chefe, com Gustavo era diferente, novo, especial. Não era apenas atração física, nem somente desejo carnal. Era mais profundo, mais intenso, mais íntimo. Mesmo que nossa maior intimidade até então tenha sido o beijo e algum tempo sentados juntos na cama.

- Acho que devemos seguir, ou iremos perder a consulta! - ele diz após breves instantes me olhando.

- Tem razão! - digo.

E assim Gustavo ligou o carro novamente.

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O líquido gelado que tocou em minha barriga logo se espalhou na parte mais baixa. E em seguida, o médico colocou sob ela o instrumento pelo o qual iríamos ver o bebê pela a primeira vez. Deitada sob a maca olhei com atenção enquanto o médico examinava. Até que, mesmo bem pequenininho eu pude ver.

- Ele está aqui! - o médico disse.
- Conseguem ver? Ainda é bem pequeno!

- Sim, eu consigo ver! - digo emocionada.

- Estou vendo também. - Gustavo diz.

- Está forte e saudável. Crescendo dentro do esperado, e, pelo o que vejo acabou de completar seis semanas!

A emoção que senti era algo surreal.

- Já dá para ver o sexo? - Gustavo pergunta curioso.

- Ainda não! - o médico responde sorridente.
- Ainda é muito pequeno, os órgãos genitais não foram formados, mas, se vocês tem pressa em saber o sexo, Recomendo fazer o exame de sexagem!

- Acho que, podemos aguentar a ansiedade! - digo. Gustavo faz que sim.

E após algumas recomendações e vitaminas receitadas, saímos do escritório do obstetra da cidade já com a segunda consulta agendada.

- Ele ainda é tão pequenininho! - digo enquanto caminhamos pela a rua do consultório que ficava no centro da pequena cidade.

- Sim! Mas é lindo. - Gustavo diz.

- Quase não deu para ver ele! - argumento.

- Sim mas eu sei que ele é lindo. Ele vai puxar a você! - Gustavo diz olhando em meus olhos enquanto paramos de andar.

- Eu ainda não havia pensado nisso, com quem ele vai se parecer! - digo pensativa.

- Amora, ele é nosso! Não importa com quem se pareça! - Gustavo diz.

Faço que sim.

E foi naquele momento que Gustavo depositou em meus lábios um apaixonante beijo. Suas mãos seguraram gentilmente em meu rosto enquanto sua boca trabalhava na minha.

- Desculpe interromper os pombinhos! - uma voz desconhecida se fez ouvir.

Saímos do beijo e então o vi. Um homem de mais ou menos 40 anos, bem vistoso e com porte másculo.

- Prefeito! Como vai? - Gustavo diz ao o comprimento num abraço acalorado.

Eles pareciam se dar muito bem.

- Bem, e você, vejo que melhor que eu! - ela brinca.

Gustavo sorri.

- Fiquei na dúvida se era você ou não, mas, quem mais nesta cidade fica tão bem de camisa xadrez?! - ele parecia travesso.

- Prefeito, essa é Amora. Amora, esse é Henrique Guerra, prefeito da cidade! - Gustavo nos apresenta.

- Prazer, prefeito! - digo ao apertar sua mão.

- Acredite, o prazer é todo meu! - ele diz.
- E, como isso aconteceu? Quero dizer, como você conseguiu domar o coração desse homem solitário? - o prefeito pergunta a mim.

- Henrique... - Gustavo diz em tom de alerta.

O prefeito sorri.

- Me desculpem a intromissão, mas convenhamos Gustavo, isso é, um acontecimento histórico! - ele brinca.

Gustavo revira os olhos. Os dois pareciam dois adolescentes.

- Amora é, minha mulher! E, em breve eu serei pai. - Gustavo diz com orgulho.

- Não! - o prefeito diz como não acreditasse no que ouviu.

- Você está bem engraçadinho hoje! - Gustavo resmunga.

- Não me levem a mal! - ele tenta se retratar.
- Amora minha querida, me desculpe as brincadeiras. É só que, não é todo dia que um amigo solitário dá um rumo a sua vida. E que rumo! - ele diz surpreso.
- De qualquer forma, desejo aos dois, ou melhor, aos três, felicidades. Se tem uma pessoa nessa cidade que mais torce pela a felicidade de vocês essa pessoa sou eu! - ele diz seriamente.

- Obrigada! - agradeço.

O prefeito sorri.

- Agora, Amora por um acaso você tem uma amiga que queira me tirar da solidão também? - ele brinca.

Sorrio em resposta.

- Acho que já está na hora de você voltar para sua prefeitura não acha? - Gustavo pergunta um tanto zangado.

- Ok! Ok! Já entendi, estou atrapalhando o casalzinho! Estou indo. - ele diz com as mãos levantadas para o alto.
- Só não esqueça da minha festa de aniversário semana que vem, e por favor, leve Amora. E uma amiga dela, se ela tiver. - e ao dizer isso ele parte.

- Desculpe por isso! - Gustavo diz ao vê-lo partir.

- Não foi sua culpa, e, seu amigo é uma figura! - digo sorrindo.

Gustavo me olha atentamente.

- Sabe o que mais gosto em você? - ele pergunta.

Faço que não.

- Seu sorriso! Nunca deixe ninguém o tirar de seus lábios Amora. - ele diz olhando em meus olhos.

- Você! É o motivo do meu sorriso. - digo baixinho.

É a vez de Gustavo de sorrir.

E assim, num clima mais leve e apaixonante, seguimos rumo a um restaurante para almoçarmos.

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