daddy issues; Johnny Depp

0.8

Emma acordou com um peso em seu corpo. Abriu os olhos e viu a cabeleira loira inconfundível de Lily-Rose, e levantou rápido, assustada e puxando o edredom para cobrir seu corpo. Lily a abraçou apertado, dando vários beijinhos em seu rosto e dizendo o quão preocupada estava, mas a morena não prestou atenção. Estava preocupada com a situação que se encontrava: Nua e na cama do pai da sua melhor amiga. 

Aliás, não entendia como Lily-Rose estava tão calma. Foi aí que notou que, na verdade, estava no quarto da melhor amiga. Assim que Lily se afastou do abraço, Emma olhou por baixo do edredom e viu que estava usando um dos pijamas da loira. Sua cabeça doeu, estava confusa. Quando tinha ido para o quarto de Lily e vestido uma roupa? Se bem lembrava, tinha adormecido abraçada com Johnny, o mais velho lhe fez um cafuné até cair no sono. 

— O que foi? Está se sentindo mal? — Lily perguntou completamente preocupada, segurando as mãos de Emma com certa força. 

— Eu estou bem, Lily, só estou com um pouco de dor de cabeça. — Emma encarou a janela. — Que horas são? Quando você chegou? Jack veio? — Onde está seu pai?, quis perguntar, mas não o fez.

— Já passa das quatro da tarde. Papai disse que você está dormindo desde cedo, porquê bebeu com o tio Brian a noite toda. — Emma bufou, passando as mãos pelo rosto. Se ela soubesse que não era só isso, que a noite foi mais cheia de surpresas que isso... Sua cabeça latejou, e Lily lhe deu um copo d'água e um comprimido que estava sobre a cômoda. — Eu e Jack acabamos de chegar. Minha mãe só me contou o que aconteceu hoje, depois que cumpri minha agenda. Se ela tivesse me dito antes, teria vindo correndo. Discutimos por ela não ter me contado. — Disse com um bico, e Emma quase engasgou com a água e colocou o copo de volta sobre a cômoda. 

— Lily-Rose! Eu não quero que você brigue com sua mãe por minha causa. Não quero que brigue com ninguém, na verdade! Se ela não te contou, foi para o seu bem. Ela te conhece e não queria que você desperdiçasse uma oportunidade. Eu dou total apoio para ela. Existem coisas mais importantes que eu, Lily. 

A loira ficou séria quando ouviu a amiga dizer aquilo. 

— Quando você vai entender que não existe nada nesse mundo que seja mais importante para mim, que você? — Emma engoliu em seco, sentindo os dedos da amiga em suas bochechas. — Minha prioridade é você. Sempre vai ser você. Te ver feliz me deixa feliz, e te ver triste me destrói, me deixa em pânico. Odeio as merdas que seu pai faz com você, eu fico com medo. Tenho medo que um dia ele não se segure e te mate, Emma, isso me apavora! 

— Lily...

— Por favor, Emma, tenta entender... Eu só quero seu bem. E eu vou lutar por isso. E eu preciso saber quando acontece algo, para vir te ajudar. Porquê eu te amo.

— Eu também te amo, Lily-Rose. É por isso que somos melhores amigas. — O sorriso de Lily vacilou ao ouvir o termo "melhores amigas", e ela tirou as mãos das bochechas de Emma rápidamente.

— Isso, melhores amigas para sempre. Escute... Você precisa...

— Eu sei o que vai dizer. Vai fizer que preciso denunciar ele... Eu não consigo, Lily. Pelo menos ainda não. Não acho que vá adiantar algo, mesmo. Ele tem vários juízes comprados, tudo seria abafado para não vazar na mídia.

— Você tem que tentar!

— Eu sei! — Disse num tom um pouco mais alto, e balançou a cabeça em negação. — Eu sei. Eu só... Só me dá mais um tempo, tá bom? Eu estou tentando criar coragem... — Lily segurou a mão de Emma, como se aquele aperto fosse capaz de dar a força que ela precisava. — Podemos falar de outra coisa?

Lily concordou, mesmo que quisesse continuar com aquele assunto. Não seria bom pressionar Emma, entendía bem sua relutância.

— Claro! Por que você não toma um banho e nós descemos para comer alguma coisa? Você deve estar faminta. — Só quando Lily disse isso, Emma percebeu que não comia a muito tempo. Deu umas beliscadas em algumas coisas da cozinha enquanto Johnny tinha saído, mas não foi nada que a sustentasse por muito tempo.