— Eu te pedi pra não me ligar de novo. Eu não sei mais o que você quer de mim! — Emma ouviu um sussurro raivoso de Johnny, parecia distante, mas ao mesmo tempo tão próximo de si. — Pelo amor de tudo o que é mais sagrado, Amber, eu só quero paz!
Emma buscou os braços de Johnny em sua cintura, mas não encontrou, então se revirou na cama em busca dele, mas não também não o encontrou.
— Se eu ainda te amo?! Que porra de pergunta é essa? — Ele estava nervoso, parou de sussurrar e elevou seu tom de voz. Emma despertou, sentando na cama de uma vez e olhando para os lados. Ele estava na varanda.
Se sentia mal. Seu corpo todo doía, cada cantinho, e ela se sentia fraca.
— Johnny?! — Tentou chamar, mas sua garganta doeu. Ela levou as mãos até o pescoço, notando que estava sem voz.
— Me deixe em paz! Eu estou seguindo minha vida sem você, faça o mesmo! — A morena levantou da cama, levando o lençol consigo. Sentia um frio anormal, e teve que se apoiar na parede quando achou que ia desmaiar. — Você nunca se importou se eu estava bem antes, o que mudou agora?
Emma foi para a varanda, apoiando-se na parede e ficando ali, parada e quietinha, sentindo o estômago embrulhar. Não saberia dizer se era por estar doente e visivelmente mal, ou se era porquê Johnny estava visivelmente afetado enquanto falava com sua ex, e aquilo a deixava enjoada. O mais velho estava com os músculos tensos, gesticulando com a mão enquanto falava, o cabelo bagunçado e um cigarro entre os dedos. Ela não gostou de vê-lo assim, fora do seu normal.
— Não posso. — Disse entre dentes, e Emma não aguentou mais ficar em pé e deixou seu corpo tombar no sofá, sentindo o mundo girar ao seu redor. — Não... Eu não quero. Eu não quero ver você de novo. — Ele suspirou, apagando o cigarro no parapeito. — É claro que eu sinto falta do seu corpo, que merda! Mas eu não posso te encontrar, você tá me ferrando Amber.
Emma engoliu em seco. Ele não podia encontrar Amber. Não é que ele não quisesse, ele só não podia, e aquilo machucou a morena.
— Sim. É óbvio que eu ainda amo você, e eu me odeio pra caralho por isso. Está feliz agora?
Aquilo era demais. Era demais para Emma ouvir, para qualquer um ouvir. Mesmo estando fraca, sem capacidade de aguentar seu próprio peso, ela levantou do sofá e sentiu as pernas trêmulas. Sentia como se o mundo tivesse parado, ou pelo menos tivesse ficado lento demais. A voz de Johnny estava tão distante que ela sequer conseguia entender o que ele falava, e também não queria entender. Não queria ouvir ele se rebaixando, se humilhando por um amor que não existe, que nunca sequer foi correspondido. A dor de cabeça piorou, e ela colocou a mão na cabeça, parando de se apoiar na parede.
A voz de Johnny ficou mais próxima, e talvez ela tenha ouvido ele chamar seu nome, mas não conseguiu comprovar se era com ela que ele estava falando, pois seu corpo cedeu e sua visão escureceu.
•°• ✾ •°•
Emma acordou num quarto branco e sem graça, completamente desorientada sobre dia, lugar e hora. Ela sentou na cama e olhou para os lados, procurando pela mínima informação que fosse, e viu que tinha uma poltrona do lado direito da cama em que estava deitada. A almofada funda indicava que alguém estava ali até pouco tempo atrás, e isso a tranquilizou minimamente. Pelo menos não estava sozinha.
Ela olhou para o lado esquerdo, finalmente notando que tinha uma agulha enfiada em seu braço, conectada ao soro pendurado mais acima. Um hospital, ela estava em um hospital. Sentiu um pânico crescente em seu peito e tentou levantar, mas assim que seus pés tocaram o chão, ela sentiu que ia desmaiar e voltou a sentar na cama.
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daddy issues; Johnny Depp
FanfictionOnde Johnny Depp está passando por um momento turbulento e procura desesperadamente algo que o faça sentir vivo; Ou Onde Emma Petit é uma jovem problemática com uma relação familiar complexa, e procura incessantemente por validação. +18//¡Alerta de...